As mais recentes declarações de Sergio Moro sobre suas pretensões eleitorais em 2022 continuam a provocar uma intensa disputa no União Brasil, partido ao qual o ex-juiz se filiou na última quinta-feira 30.
Um dia depois de admitir “abrir mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial”, Moro fez um pronunciamento nesta sexta-feira 1º no qual negou ter abdicado da corrida à Presidência. Ele afirmou que não será candidato a deputado federal e cobrou “desprendimento” de outros nomes da terceira via, como o tucano João Doria.
A decisão revoltou o diretório paulista do UB. O tesoureiro da legenda em São Paulo, Alexandre Leite, divulgou uma nota para reforçar que a filiação de Moro será impugnada se ele não abdicar de “um projeto nacional”.
“O União Brasil São Paulo reafirma que a filiação do ex-juiz Sérgio Moro se deu com a concordância de um projeto pelo estado de São Paulo, isto é, deputado estadual, deputado federal ou, eventualmente, Senado. Em caso de insistência em um projeto nacional, o partido vai impugnar a ficha de filiação de Moro”, diz o texto.
Procurada por CartaCapital, a equipe de comunicação do presidente nacional do UB, Luciano Bivar, afirmou que Leite assinou a nota à revelia da presidência do diretório estadual.
Antes mesmo da publicação do texto do UB paulista, uma ala do partido composta por egressos da direção do antigo DEM anunciou que pediria a impugnação da filiação de Moro. O grupo é o mesmo que na quinta-feira 31 havia divulgado uma nota em que deixava “claro que o eventual ingresso (de Moro) ao União Brasil não pode se dar na condição de pré-candidato à Presidência da República”.
“Preciso esclarecer a todos que eu não desisti de nada, muito menos do meu sonho de mudar o Brasil. Pelo contrário, sigo firme na construção de um projeto para o País”, disse Moro, nesta sexta, em São Paulo. “Não serei candidato a deputado federal.”