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O governo de São Paulo anunciou que dará início à vacinação contra a covid-19 em 25 de janeiro, embora a vacina que será usada ainda não tenha sua eficácia comprovada ou sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O plano de vacinação paulista prevê que, na primeira fase, serão imunizados profissionais de saúde, pessoas com mais de 60 anos, indígenas e quilombolas. Isso implicará na vacinação de 9 milhões de pessoas.
O governo paulista justificou a decisão ao apontar que 77% das 42,5 mil mortes causadas pelo novo coronavírus no Estado ocorreram entres grupos.
A vacinação será gratuita e realizada por meio de 10 mil postos de vacinação, dos quais 4,8 mil serão novos locais, criados especialmente para campanha, com o uso provisório de escolas, quarteias e farmácias, por exemplo.
A vacinação envolverá a tomada de duas doses, com 18 milhões de doses aplicadas, com espaço de 21 dias entre a primeira e a segunda dose.
A previsão é que a primeira fase do plano esteja concluída até 28 de março, quando o governo estima que 20% dos 46 milhões de habitantes do Estado estarão imunizados.
O plano seguirá o seguinte calendário, criado par evitar aglomerações nos postos de saúde, segundo o governo paulista.
* profissionais da Saúde, indígenas e quilombolas: 25/01 (1ª dose) e 15/02 (2ª dose);
* pessoas com 75 anos ou mais: 08/02 (1ª dose) e 01/03 (2ª dose);
* pessoas com 70 a 74 anos: 15/02 (1ª dose) e 03/03 (2ª dose);
* pessoas com 65 a 69 anos: 22/02 (1ª dose) e 15/03 (2ª dose)
* pessoas com 60 a 64 anos: 01/03 (1ª dose) e 22/03 (2ª dose)
Cada grupo deverá procurar os postos de vacinação ao longo da semana após a data de início. O atendimento será das 7h às 22h de segunda a sexta e das 7h às 17h aos sábados, domingos e feriados.
Tudo será feito apenas pelo sistema público de saúde, e não há previsão por enquanto de aplicação na rede privada.
O governador João Doria disse que não será preciso comprovar a residência no Estado para ser vacinado.
“Todo e qualquer brasileiro que estiver em solo do Estado e pedir a vacina será vacinado”, disse Doria.
Vacina ainda não teve eficácia comprovada
Também serão disponibilizadas 4 milhões de doses para outros Estados que solicitarem para imunização de profissionais de saúde. O governo paulista que oito já fizeram isso, mas não informou quais.
As prefeituras de Curitiba e Rio de Janeiro também já estão em contato com o governo de São Paulo, informou Doria.
No entanto, ainda não foram concluídos os estudos sobre a eficácia da CoronaVac, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, que é ligado ao governo de São Paulo, e a empresa chinesa Sinovac.
Não foi liberado também até o momento o registro do imunizante pela Anvisa nem sua autorização em regime de urgência.
Para isso, será necessário comprovar que a CoronaVac realmente protege contra a covid-19.
Até o momento, os estudos demonstraram que ela é segura (94,7% dos voluntários não tiveram eventos adversos, e dos que tiveram alguma reação, 99,7% relataram sintomas leves, como dor no local da injeção e dor de cabeça) e gera resposta do sistema imunológico (em 97% dos participantes).
Mostrar que a CoronaVac é eficaz é o principal objetivo da chamada fase 3 dos estudos feitos com a vacina, ainda em andamento.
Antecipação da imunização
Caso venha a confirmar as datas anunciadas agora, o governo de São Paulo estará na prática adiantando a vacinação prevista pelo governo federal.
O plano do Ministério da Saúde prevê vacinar 13 milhões de brasileiros na primeira etapa, na qual também será dada prioridade a idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas.
Mas a proposta é dar início à imunização entre março e junho. A data oficial ainda não foi divulgada.
No anúncio feito nesta segunda-feira, Doria questionou o calendário federal. “Por que começar a vacinar em março se podemos começar em janeiro?”.
De acordo com o governador paulista, isso pode salvar vidas e evitar que a vacinação contra covid-19 ocorra no mesmo momento em que é feita a imunização contra a gripe.
Doria afirmou que São Paulo já tem estoque de todos os materiais necessários para a aplicação das doses, como agulhas, seringas e equipamentos de proteção,
O plano paulista contará com a participação de 54 mil profissionais de saúde e um custo total de R$ 100 milhões.
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