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Com mediação do governo Trump, Arábia Saudita e aliados retomam relações com o Qatar

WASHINGTON — Após três anos de disputa do Qatar com a Arábia Saudita e aliados, as relações diplomáticas entre os países deverão ser retomadas com a assinatura de um acordo na terça-feira, disse um alto funcionário do governo Trump.

— Houve um avanço na questão da ruptura no Conselho de Cooperação do Golfo — afirmou o funcionário, que falou à Reuters sob condição de anonimato.

A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores do Kuwait em comentários na televisão. A Arábia Saudita reabrirá seu espaço aéreo e suas fronteiras terrestres e marítimas com o Catar a partir da noite desta segunda-feira, disse Ahmad Nasser al-Sabah, citando um acordo para resolver a disputa política.

Kuwait e os EUA vêm tentando encerrar o litígio em que Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam laços diplomáticos, comerciais e de viagens com o Catar em meados de 2017, destruindo a unidade regional que, segundo Washington, atrapalha os esforços para conter o Irã.

A resolução é a mais recente de uma série de acordos no Oriente Médio visados por Washington — os outros envolvem Israel e países árabes — com o objetivo de construir uma frente única contra o Irã. Todos os países envolvidos nas negociações são aliados dos EUA.

O conselheiro sênior da Casa Branca, Jared Kushner, designado para trabalhar na disputa pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ajudou a negociar o acordo e estava acertando os últimos detalhes por telefone na manhã desta segunda-feira, disse o oficial.

Segundo o ministro das Relações Exteriores do Kuwait, uma declaração será assinada na cúpula do Golfo Árabe na Arábia Saudita na terça-feira. A informação foi confirmada pelo funcionário americano.

— Na assinatura do dia 5, a liderança do Conselho de Cooperação do Golfo mais o Egito se reunirão para assinar um acordo que encerrará o bloqueio e as ações judiciais contra o Catar — afirmou.

Kushner, acompanhado pelo enviado ao Oriente Médio, Avi Berkowitz, e Brian Hook, um conselheiro especial do Departamento de Estado, estava voando para a cidade saudita de al-Ula para participar da cerimônia, disse o oficial americano.

Os quatro países que fizeram o boicote acusaram o Catar de apoiar o terrorismo. Doha nega as acusações e diz que o embargo visa restringir sua soberania.

Quando, em dezembro, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita disse que uma resolução para a disputa parecia ser possível, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, em uma postagem no Twitter, disse esperar que a reconciliação do Golfo “contribua para a estabilidade e o desenvolvimento político e econômico de todos os povos de nossa região”.

O acordo prevê que os quatro países suspendam o bloqueio ao Qatar, que em troca não entrará com ações judiciais relacionadas às sanções, disse o funcionário.

Doha ainda recebeu 13 exigências, desde o fechamento da rede de televisão Al Jazeera e o fechamento de uma base turca até o corte de ligações com a Irmandade Muçulmana e redução dos laços com o Irã.

Se o acordo for confirmado, ele se somará a uma série de vitórias diplomáticas da equipe de Kushner, incluindo acordos de normalização no ano passado entre Israel e Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos.

Kushner, que também é genro de Trump, tem trabalhado em outros acordos de normalização entre Israel e países do mundo árabe, mas pode não ter tempo suficiente para concluí-los, já que o presidente eleito Joe Biden deve assumir a presidência em 20 de janeiro.

— É um grande avanço — disse o funcionário dos EUA. — O bloqueio será levantado. Permitirá viagens entre os países, além de mercadorias. Isso levará a mais estabilidade na região.

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