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Câmara começa a debater impeachment de Trump; republicanos passam a apoiar medida – G1

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Guarda Nacional reforça segurança no Capitólio, sede do Congresso dos EUA, durante a discussão do impeachment de Trump — Foto: J. Scott Applewhite/AP Photo

Guarda Nacional reforça segurança no Capitólio, sede do Congresso dos EUA, durante a discussão do impeachment de Trump — Foto: J. Scott Applewhite/AP Photo

Com segurança reforçada no Capitólio, congressistas começaram a analisar nesta quarta-feira (13) o segundo processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Câmara dos Representantes.

Trump deve se tornar o primeiro presidente americano da história a sofrer dois impeachments. Desta vez, ele é acusado formalmente de incitar à violência que resultou na invasão do Capitólio, a sede do Congresso americano, na semana passada.

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Imagem de soldados da Guarda Nacional que farão a proteção do Congresso dos EUA durante as discussões do impeachment de Donald Trump em 13 de janeiro de 2021 — Foto: J. Scott Applewhite/AP

Imagem de soldados da Guarda Nacional que farão a proteção do Congresso dos EUA durante as discussões do impeachment de Donald Trump em 13 de janeiro de 2021 — Foto: J. Scott Applewhite/AP

Ao contrário do Brasil, o presidente dos EUA não é afastado quando o processo de impeachment é aprovado na Câmara. A remoção definitiva só ocorre caso o processo seja aprovado também pelo Senado.

Assim, Trump deve permanecer no cargo até a próxima quarta-feira (20), quando Joe Biden será empossado.

Na terça-feira (12), o presidente americano falou com jornalistas pela primeira vez desde a invasão e afirmou que há “muita raiva” sobre o novo processo de impeachment e que se trata da “continuação da maior caça às bruxas da história da política”.

No primeiro impeachment, Trump foi condenado pela Câmara mas absolvido pelo Senado (e nenhum deputado republicano e só um senador do partido votou contra o presidente). Desta vez, já são cinco deputados os que anunciaram que vão votar pelo impeachment (veja mais abaixo).

Votação no Senado

Nunca um presidente americano teve o impeachment aprovado no Senado. Antes de Trump, Andrew Johnson e Bill Clinton também tiveram seus processos de impeachment aprovados pela Câmara e foram absolvidos pelo Senado. Já Richard Nixon renunciou antes de o processo ser votado na Câmara.

A dúvida é se os senadores republicanos que romperam com Trump conseguirão formar a maioria de dois terços no Senado para destituí-lo. Outra incógnita é se o Congresso pode continuar com o processo mesmo após ele deixar de ser presidente.

Apesar disso, o líder do Partido Republicano afirmou a interlocutores que está satisfeito que os democratas estão tentando tirá-lo do cargo e que o presidente cometeu crimes passíveis de impeachment, segundo o jornal “The New York Times”.

Mitch McConnell, senador pelo Kentucky que apoiava Trump, condenou a invasão ao Capitólio que resultou em cinco mortes e disse reservadamente que, com o impeachment, será mais fácil expulsar Trump do partido.

Dissidência na Câmara

Entre os congressistas que anunciaram voto contra Trump estão:

  • Liz Cheney, deputada por Wyoming: terceira republicana da Câmara, afirmou na noite de terça que votaria pelo impeachment pelo papel que o presidente teve na “morte e destruição no espaço mais sagrado de nossa República”;
  • John Katko, deputado por Nova York: ex-promotor federal, foi o primeiro republicano a anunciar publicamente que apoiaria o impeachment;
  • Adam Kinzinger, deputado por Illinois: crítico frequente de Trump, afirmou que o presidente americano “encorajou uma multidão enfurecida a invadir o Capitólio dos Estados Unidos”;
  • Fred Upton, deputado pelo Michigan: disse em comunicado que votaria pelo impeachment após o Trump “não expressar arrependimento” pelo que aconteceu no Capitólio;
  • Jaime Herrera Beutler, deputada pelo estado de Washington: disse que votaria pelo impeachment por acreditar que o presidente violou seu juramento: “Vejo que meu próprio partido será melhor atendido quando aqueles entre nós escolherem a verdade”.

Biden não toma posição

Ao contrário dos congressistas democratas — como a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o líder do partido no Senado, Chuck Schumer –, o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, se recusou a endossar o processo de impeachment e deixou a decisão a cargo do Congresso.

O futuro presidente não quer inflamar os ânimos entre os republicanos e agregá-los novamente em torno de Trump, em um momento em que o presidente e seu partido estão enfraquecidos. Ele também foge do desgaste político, da paralisia legislativa e de um desvio de rota de sua agenda no Congresso.

Para Biden, o ideal seria que o processo de impeachment sofresse uma pausa no Senado. Assim, não poria em risco os planos para combater a pandemia do novo coronavírus e seus reflexos na economia americana.

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