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Cabo expulsa da PM por publicações treinando e em eventos durante licença médica vai pedir para voltar à corporação – Globo.com

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Andressa de farda e como musa da Banda da Banda da Barra, quando estava de licença: policial postou de salto — Foto: Reprodução/Redes sociais

Andressa de farda e como musa da Banda da Banda da Barra, quando estava de licença: policial postou de salto — Foto: Reprodução/Redes sociais

A defesa da ex-policial militar Andressa Christine Medeiros dos Santos, de 33 anos, afirmou ao g1 na terça-feira (15) que pretende recorrer da decisão que a excluiu da corporação e pedir que ela seja reintegrada à PM.

No dia 12 de março, a Polícia Militar do Rio de Janeiro expulsou Andressa, até então lotada na Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), das fileiras da polícia. Segundo a corporação, “ela gozava de licença médica para tratamento de saúde, em diversos períodos, mas se exibia em redes sociais em eventos e compartilhando rotina de treinos em academias”.

“A referida ex-policial foi licenciada ex officio da corporação no último dia 12 de março e não apresentou conduta de acordo com as premissas da administração militar estadual, estando de licença médica em repetidos períodos, porém mantendo uma rotina de eventos sociais e exercícios físicos não condizentes com o quadro de saúde informado”, informou a PM em nota.

No entanto, o advogado Fábio Tobias de Araújo, que representa Andressa, diz que a ex-policial vem sendo alvo de perseguição na corporação desde 2019, quando respondeu a um Inquérito Policial-Militar (IPM) para apurar indício de crime, por possível estelionato militar de receber sem trabalhar.

“Observamos condutas que não eram compatíveis com a situação e fizemos uma representação no Ministério Público Militar, que está em andamento. Na sequência, ela foi alvo de uma Comissão de Revisão Disciplinar”, explicou o advogado.

Segundo ele, na comissão, Andressa conseguiu votos favoráveis dos oficiais que analisavam o caso, inclusive do próprio comandante dela. Entretanto, o advogado disse que a exclusão da policial foi definida pelo secretário de polícia.

“Andressa foi alvo de uma perseguição, com falhas no procedimento. Ela não ficou muito tempo sem trabalhar, como queriam fazer crer. Quando não estava na rua, estava trabalhando internamente, no que se chama categoria B, e todas as atividades dela, sejam as de cunho profissional ou pessoal, como os treinos, tinham aval médico”, sustenta o advogado.

‘Ela está triste’

Fábio Tobias disse que a cliente está triste e preocupada, já que perdeu sua única fonte de renda.

“Tenho falado com ela, e ela está triste. Primeiro por ser vítima de perseguição, por ter perdido sua única fonte de renda, com a qual sustenta o filho. A ficha ainda está caindo, já que perdeu o emprego”, diz ele.

Questionado sobre como ela está lidando com as redes sociais e possíveis ataques com a repercussão do caso, ele diz que ela lida bem com esse tipo de pressão e que o foco está em conseguir uma fonte de renda enquanto recorre da decisão da PM.

“Devo entrar com o recurso na próxima semana”, afirmou.

Em uma de suas últimas postagens, ela escreveu:

“A liberdade de poder, aos 33, ser quem eu sou, rs ahhhh, isso não tem preço. Contracheque nenhum paga. Aos meus perseguidores, printemmmmmm, printemmnmmm mais. Quero ver meu rosto brilhando por toda parte e seja muito bem-vindo 33”, escreveu na legenda da foto abaixo.

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Andressa Christine — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Andressa Christine — Foto: Reprodução/Redes Sociais

‘Barbiecop’

Andressa Christine Medeiros dos Santos estava na Polícia Militar desde 2010, e em postagem em rede social chegou a se apresentar como ‘Barbiecop’.

Segundo o boletim da PM que analisou o caso da cabo, ela começou a apresentar problemas em julho de 2018, quando foi vítima de um ferimento por arma de fogo no pé esquerdo e foi afastada para tratar a lesão, que não foi considerada um ato de serviço.

No entanto, no dia 30 de agosto do mesmo ano, já se exibia em suas redes sociais treinando em uma academia.

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Andressa Christine — Foto: Reprodução/Redes sociais

Andressa Christine — Foto: Reprodução/Redes sociais

No boletim da corporação que analisou a conduta da policial, é destacado ainda que em dezembro do mesmo ano, ela participou dos eventos Feijoada de Coroação da Rainha e Encontro da Banda Amigos da Barra, em que aparece bem, de salto, mesmo estando de licença.

De acordo com a PM, foram três períodos de afastamento de um mês cada.

Em janeiro de 2019, Andressa foi autorizada a retornar ao trabalho com restrições para exercícios físicos e longa permanência em pé.

Mas ainda assim participou das atividades da Banda Amigos da Barra dançando com salto alto e “sem lesões aparentes”, como destacou o boletim da corporação.

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Boletim da PM menciona atividades no samba e na academia durante período de licença — Foto: Reprodução/Redes sociais

Boletim da PM menciona atividades no samba e na academia durante período de licença — Foto: Reprodução/Redes sociais

O boletim também faz menção em um episódio ocorrido em maio de 2016, antes do tiro no pé, quando Andressa foi considerada “incapaz definitivamente para o serviço policial militar”, por conta de uma “moléstia incurável” não especificada no texto.

Um mês depois, voltou a ser considerada “apto categoria A”, quando não há qualquer restrição para o serviço. A mudança ocorreu por conta de um “laudo médico civil que atestava melhora em seu quadro clínico”.

Entretanto, o boletim da PM ressalta que a agente “passou de incapaz definitivamente para apto categoria A em apenas 30 dias”.

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