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Bolsonaro anuncia ajuda para Bahia; governador diz que dinheiro é insuficiente – Valor Econômico

Uma entrevista coletiva para o anúncio de ajuda federal para as vítimas das enchentes na Bahia terminou nesta terça-feira em uma saia justa entre os ministros enviados pelo presidente Jair Bolsonaro ao Estado e o governador petista Rui Costa.

A entrevista coletiva, na cidade de Ilhéus, teve também como pano de fundo a disputa pela sucessão no governo do Estado em 2022, uma vez que o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), presente ao evento, pretende concorrer ao cargo no tradicional bastião petista.

Bolsonaro havia anunciado no dia anterior a edição de uma medida provisória com um socorro de R$ 200 milhões para a recuperação de estradas destruídas pelos temporais que mataram ao menos 20 pessoas na Bahia – dado reforçado hoje em um tuíte da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).

Secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio também foi ao microfone dando a entender que o governo liberaria R$ 200 milhões para as estradas baianas.

Porém, na entrevista coletiva na cidade de Ilhéus, Rui Costa destacou que, dos R$ 200 milhões da MP editada horas antes, R$ 80 milhões se destinam à região Nordeste, sem nenhuma menção específica à Bahia. A MP cita que R$ 50 milhões do montante se destinam ao Sudeste e R$ 70 milhões para a Região Norte.

“O que eu queria só fazer um apelo, porque não é possível recuperar as estradas federais com R$ 80 milhões para o Nordeste. R$ 80 milhões não dá para recuperar a Bahia, pelo estrago que tem”, disse o governador. “Tem vários rompimentos. Então, eu faço um apelo por um aporte direcionado ao Estado da Bahia. Porque o que está publicado, está aqui no meu celular, a portaria fala de R$ 200 milhões”, afirmou. “Nada contra, todos os Estados devem estar precisando. Mas eu acho que no caso é preciso um recurso direcionado para recuperar as estradas da Bahia.”

Coube ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, fazer a defesa do governo. Segundo ele, o governo fez hoje “o primeiro tranche” (aporte), em caráter “emergencial”.

“Nós estamos aguardando ainda um diagnóstico mais acurado [de parte das prefeituras locais] para saber qual é a necessidade que nós vamos ter efetivamente quando baixarem as águas. Será feito o que for necessário”, disse o ministro. “Agora, nós vamos precisar de um pouco mais de tempo para recebermos esses informes, e aí, sim nós teremos a capacidade e a condição de termos um montante.”

Segundo Marinho, “esse montante será fruto de uma MP de crédito extraordinário, que certamente contará com o apoio de todos, da bancada federal, do governo federal, do povo brasileiro, que neste momento está solidário com aqueles que estão sofrendo os efeitos dessa catástrofe climática”.

A entrevista coletiva terminou de forma tensa, como essa última fala de Marinho. Porém, o evento foi permeado por um clima pré-eleitoral. Ausente das câmeras mas presente na plateia, estava o senador Jacques Wagner, que deve ser o candidato petista à sucessão de Rui Costa.

Durante sua fala, Roma lembrou que o simples fato de ele haver entrado em contato com o governador no último fim de semana “virou notícia”.

“Houve um fato, que foi o contato com o governador Rui Costa. Esse fato, inclusive, gerou notícia. Não se esperava sequer que uma questão como essa precisasse dar notícia específica, mas gerou notícia por se tratar de um fato relevante”, disse. “No momento aqui, não estamos observando colorações partidárias. Cada um tem suas posições, e no momento adequado tudo isso vem à tona. Mas de fato estamos juntos aqui trabalhando pelo povo baiano que está sofrendo neste momento.”

Além deles, estavam presentes os ministros Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Marcelo Queiroga (Saúde). Todos tentaram enaltecer o papel de Bolsonaro, criticado por tirar duas semanas praticamente seguidas de folga em praias do Sul e do Sudeste, em meio ao flagelo dos baianos.

“Amanhecemos o dia de Natal em contato direto com o presidente da República [para tratar das cheias]”, lembrou João Roma.

“O presidente Bolsonaro hoje de manhã me ligou e pediu que envidasse todos os esforços para que não faltasse nada em relação à saúde do povo da Bahia”, reforçou Queiroga.

O ministro da Saúde anunciou uma portaria repassando R$ 7 milhões do Fundo Nacional de Saúde para os fundos municipais. E afirmou que reforçará a vacinação da população local contra a gripe e a hepatite A, além do envio de equipes médicas para a região.

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