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Biden põe fim ao “America First” de Trump e manda recados à China e à Rússia – Valor Econômico

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou nesta quinta-feira, em um discurso no Departamento de Estado, seus planos para mudar a política externa americana após anos de unilateralismo promovido por Donald Trump.

A política do “America First”, marca do antecessor, será substituída por uma abordagem multilateral, de fortalecimento das instituições internacionais e de reconstrução das alianças tradicionais do país, para que os EUA possam reassumir seu papel de liderança na busca por soluções para os principais desafios globais.

“Minha mensagem para o mundo hoje é que os Estados Unidos estão de volta, a diplomacia está de volta. Ela é o centro da nossa política externa”, disse Biden, destacando a função que será exercida por Antony Blinken, assessor de longa data escolhido para comandar o Departamento de Estado. “Eles sabem que você fala por mim.”

Biden também enviou recados aos dois principais adversários americanos — China e Rússia. Para Pequim, a mensagem foi de que os EUA estão prontos para cooperar em temas que forem do interesse americano. No entanto, o democrata também prometeu firmeza ao lidar com o país asiático.

“Vamos confrontar os abusos econômicos da China, enfrentar seu curso de ação agressivo para repelir seu ataque aos direitos humanos, à propriedade intelectual e à governança global”, disse Biden. “Se o comércio internacional e as regras de propriedade intelectual forem justas, não há país na Terra, nem a China ou qualquer outro, que possa se comparar a nós.”

Já para a Rússia, Biden pediu a libertação imediata do líder opositor Alexei Navalvy e revelou que disse ao presidente do país, Vladimir Putin, em um telefonema na semana passada, que os dias em que a Casa Branca ignorava as atividades russas contra os EUA terminaram. Ele afirmou que questionou o líder russo sobre diversos temas, como a interferência nas eleições americanas e as acusações de que o Kremlin pagou recompensas para que o Taleban matasse soldados americanos no Afeganistão.

Como parte da estratégia de reassumir o papel de liderança dos EUA em questões globais, Biden anunciou que deixará de apoiar ações ofensivas no Iêmen e pediu o fim da guerra que levou o país a uma das maiores crises humanitárias do mundo. O presidente americano também exigiu que os militares de Mianmar libertem todos os civis presos nos últimos dias e desistam do golpe de Estado promovido na última segunda-feira.

Biden chamou a crise climática de “ameaça existencial”, citou a volta dos EUA ao Acordo de Paris e destacou a cúpula convocada por ele para discutir o tema, em abril.

Para o democrata, os atuais problemas globais, que também incluem a pandemia de covid-19 e a proliferação nuclear, só serão poderão ser resolvidos com cooperação e isso também passa pela reaproximação entre a Casa Branca e seus principais aliados.

“As alianças dos EUA estão entre nossos maiores ativos. E liderar com diplomacia significa ficar ombro a ombro com nossos aliados e parceiros-chave mais uma vez”, disse Biden.

Antes do discurso de Biden, Blinken afirmou que os EUA usarão a diplomacia para defender seus interesses e promover os valores americanos no exterior. “Nesse momento de crise, é mais importante do que nunca que os EUA exerçam seu papel de liderança”, disse o secretário de Estado.

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Joe Biden — Foto: Kevin Dietsch/UPI/Bloomberg

Joe Biden — Foto: Kevin Dietsch/UPI/Bloomberg

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