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Associação afirma que não há UTIs para Covid-19 disponíveis em hospitais particulares associados em Goiás: ‘Cenário assustador’ – G1

Faltam leitos de UTI para Covid-19 em Goiás
Faltam leitos de UTI para Covid-19 em Goiás

4 min Faltam leitos de UTI para Covid-19 em Goiás

Faltam leitos de UTI para Covid-19 em Goiás

Não há vagas disponíveis nas redes públicas e privadas de saúde.

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) divulgou um comunicado alertando que as unidades de saúde associadas estão com UTIs para pacientes com Covid-19 lotadas. Na rede pública, essa ocupação é de 92% neste sábado (20). Segundo o órgão, o sistema chegou ao limite na sexta-feira (19) e continua na mesma situação nesta manhã.

“Antes, assim como na primeira onda, ainda conseguíamos transferir pacientes entre os hospitais associados, garantindo as internações necessárias. Mas, agora, o momento é crítico e não há vagas”, informa o texto.

Presidente da Ahpaceg, Haikal Helou explicou que a situação atual é um reflexo das festas de fim de ano.

“É muito mais do que nós vimos na primeira onda. Aumentou a frequência, aumentou a gravidade, aumentou o volume”, avaliou.

Um áudio enviado por um médico que trabalha na rede privada de saúde em Goiânia alerta sobre a situação atual dos hospitais na capital (ouça abaixo).

“Neurológico lotado, Hospital dos Acidentados lotado, Garavelo, Santa Bárbara, IOG, Amparo, Santa Helena, Hospital do Coração, tudo sem uma única vaga sequer. Então, agora não é hora de pegar Covid-19. Fica quieto em casa. Ficar quieto em casa é cada um no seu quadrado, não adiantar juntar uns com os outros. Não tem vaga em lugar nenhum, nem no SUS. Está o caos do caos”, afirmou.

Faltam vagas de UTI para Covid-19 em Goiás
Faltam vagas de UTI para Covid-19 em Goiás

8 min Faltam vagas de UTI para Covid-19 em Goiás

Faltam vagas de UTI para Covid-19 em Goiás

Secretaria de Saúde falou sobre ocupação de leitos, chegada de novas doses da vacina e controle da doença no estado.

Segundo a Ahpaceg, a sobrecarga no sistema de saúde neste momento ocorre também porque, além do aumento na demanda por leitos para pacientes com Covid-19, as pessoas com outras enfermidades que precisam de assistência estão procurando os hospitais – o que não aconteceu na primeira onda de infecções, quando muitos deixaram de ir às unidades de saúde com medo da contaminação. Leia íntegra da carta aberta ao fim da reportagem.

O texto informa ainda que “o aumento da oferta de vagas neste atual cenário é inviável”. De acordo com a Associação, os custos aumentaram e os hospitais associados estão descapitalizados.

“Essa situação decorre de problemas, como o aumento dos custos assistenciais em 2020, quando nossos gastos com medicamentos, pessoal e Equipamentos de Proteção Individual, por exemplo, aumentaram expressivamente e não tivemos apoio dos Governos ou contrapartida das operadoras de planos de saúde”, informa o texto.

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que esses dados da rede privada “rede privada de saúde são importantes para a avaliação do sistema de saúde como um todo e o consequente planejamento das medidas necessárias para o bom atendimento na rede pública”.

A pasta também informou que “nos últimos dias, o Governo de Goiás tem trabalhado na ampliação de leitos no Estado, a exemplo da destinação de dez UTIs e 28 enfermarias no CRER, em Goiânia; e 26 UTIs em Nerópolis”.

O estado prevê ainda abertura de mais leitos em cidades do interior. “Atualmente, há 371 UTIs e 417 enfermarias estaduais em funcionamento em 20 hospitais em diferentes regiões de Goiás”.

O G1 entrou em contato, por e-mail, com a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) pedindo posicionamentos sobre o que pode ser feito diante da situação enfrentada e aguarda retorno.

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Imagem de arquivo – atendimento em hospital de Aparecida de Goiânia — Foto: Reprodução/Prefeitura de Aparecida de Goiânia

Imagem de arquivo – atendimento em hospital de Aparecida de Goiânia — Foto: Reprodução/Prefeitura de Aparecida de Goiânia

A rede pública de Goiás estava com 92% dos 371 leitos de UTI para pacientes com Covid-19 ocupados na manhã deste sábado, segundo informações da SES-GO. Dos 417 leitos de enfermaria para o mesmo perfil de internados, 63% estavam ocupados no mesmo período.

Ainda de acordo com a SES-GO, dos 29 hospitais que atendem infectados pelo coronavírus em Goiás pela rede pública, 13 estão com as UTIs destinadas a esses pacientes lotadas.

O último boletim divulgado pela Secretaria, na sexta-feira (19), registrou 378.996 infectados e 8.230 mortes por coronavírus.

As pessoas que fazem parte dos principais grupos de risco estão sendo vacinadas. De acordo com a SES-GO, foram aplicadas 187.456 primeiras doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o estado. Desse total, 14.535 pessoas também receberam o reforço (a segunda dose).

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Vacina contra Covid-19 em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Vacina contra Covid-19 em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Leia íntegra da carta da Ahapceg

Desde o início da pandemia de Covid-19, os associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) vêm atuando, sem medir esforços, para garantir o atendimento à população, tanto na assistência nos hospitais e demais instituições associadas quanto no apoio ao setor público com a doação e a oferta de equipamentos.

Toda a sociedade pôde acompanhar o trabalho da Ahpaceg nesta assistência aos goianos, inclusive por meio da divulgação diária, ao longo de sete meses, de nossa taxa de ocupação de leitos. Divulgação que continua sendo feita com o envio de informações às Secretarias de Saúde.

Nas últimas semanas, com a intensificação da chamada segunda onda da pandemia, temos enfrentado um cenário assustador e queremos compartilhar com a população e com os gestores públicos as dificuldades que nos rondam, pois entendemos e sempre defendemos que o combate à pandemia depende de esforços de todos.

Informamos que nesta sexta-feira, 19 de fevereiro, não há disponibilidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais associados da Ahpaceg. Esses leitos encontram-se ocupados ou bloqueados para pacientes graves já em atendimento nos hospitais, por isso, não podem ser abertos para novas internações.

Esse problema vem se repetindo nas últimas semanas e hoje chegamos ao limite. Antes, assim como na primeira onda, ainda conseguíamos transferir pacientes entre os hospitais associados, garantindo as internações necessárias. Mas, agora, o momento é crítico e não há vagas.

O aumento da oferta de vagas neste atual cenário é inviável.

Hoje, além da demanda dos pacientes com Covid-19, que aumentou significativamente nas últimas semanas, ainda recebemos outros pacientes, com outras enfermidades e que necessitam de assistência, o que não aconteceu em 2020, quando muitas pessoas deixaram de procurar os hospitais temendo a contaminação pelo coronavírus, negligenciando doenças e mesmo suspendendo tratamentos que dependiam deste atendimento hospitalar.

Os hospitais também encontram-se descapitalizados e sem condições financeiras para novos investimentos. Essa situação decorre de problemas, como o aumento dos custos assistenciais em 2020, quando nossos gastos com medicamentos, pessoal e Equipamentos de Proteção Individual, por exemplo, aumentaram expressivamente e não tivemos apoio dos Governos ou contrapartida das operadoras de planos de saúde.

Estamos lotados e com nossa saúde financeira comprometida.

A sugerida suspensão de cirurgias eletivas com o intuito de abrir novas vagas para internação vai apenas agravar a situação da rede hospitalar e deixar pacientes sem atendimento, o que pode comprometer a saúde dessas pessoas.

A simples abertura de novos leitos não é a saída.

Precisamos de esforços conjuntos.

A população e as autoridades precisam adotar medidas sérias para evitar a proliferação da doença.

A taxa de contaminação está aumentando em uma proporção superior à capacidade de atendimento.

A rede privada, representada pela Ahpaceg, chegou ao limite. Estamos fazendo tudo o que podemos, mas precisamos do apoio da sociedade, dos gestores, dos planos de saúde, do Ministério Público, enfim, de todos que querem o fim desta pandemia.

Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg)

Veja outras notícias da região no G1 Goiás.

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