Aras manda investigar Kim Kataguiri e Monark por possível apologia do nazismo
O procurador-geral da República, Augusto Aras, mandou investigar o possível cometimento de crime de apologia do nazismo pelo deputado federal Kim Kataguiri, do Democratas, e pelo apresentador do podcast Flow, Bruno Aiub, que usa o nome de Monark.
Na segunda-feira (7), em uma transmissão do podcast, o apresentador provocou perplexidade e revolta ao dar uma demonstração explícita de antisemitismo. Ele disse que deveria existir um partido nazista no Brasil e defendeu, palavras dele, “o direito de ser antijudeu”.
Já o deputado Kim Kataguiri disse que foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista.
A também deputada Tábata Amaral, do PSB, participava do programa e reagiu aos comentários. Ela disse que o nazismo é contra a população judaica, que essa comunidade até hoje tem que se preocupar com sua segurança, porque recebe ameaças. Tábata Amaral afirmou ainda que a liberdade de expressão termina onde a sua expressão põe em risco a vida do outro.
As falas do deputado Kataguiri e do apresentador Aiub provocaram protestos de entidades judaicas. Nas redes sociais, milhares de postagens reverberaram a indignação com as declarações antissemitas.
A Associação Nacional dos Procuradores da República declarou que o direito à liberdade de expressão não é absoluto, e que repudiar o nazismo é uma tarefa permanente a ser reiterada por todos.
O crime de apologia do nazismo é punível com até cinco anos de prisão.
O deputado Kim Kataguiri disse que a decisão do PGR tem cunho político, que vai colaborar com as investigações. Alegou que fez um discurso antinazista e que defendeu que o nazismo seja repudiado com veemência no campo ideológico para que as atrocidades nunca sejam cometidas novamente.
Depois do cancelamento de um contrato de patrocínio, o apresentador Bruno Ayub foi às redes sociais pedir desculpas, alegando que estava bêbado. E foi demitido pela empresa produtora do podcast Flow.