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Após recorde, SP registra 281 novas mortes em 24h e governo estadual reclama que ministério alterou sistema de notificação – G1

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O governador João Dória durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes em São Paulo (SP), nesta quarta-feira (24), para atualização da situação da Covid-19 — Foto: DANILO M YOSHIOKA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O governador João Dória durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes em São Paulo (SP), nesta quarta-feira (24), para atualização da situação da Covid-19 — Foto: DANILO M YOSHIOKA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (24) que o Ministério da Saúde alterou o sistema usado para contabilizar o número de mortes por coronavírus e, assim, dificultou a notificação de mortes provocadas pela doença.

Após bater recorde nesta terça, com 1.021 mortes em 24 horas, o estado de São Paulo contabilizou 281 novas mortes nesta quarta. O dado, segundo o secretário estadual da Saúde, representa uma “queda pronunciada e não esperada neste momento”, e tem relação com a mudança no sistema de notificação que “burocratizou a inserção de informações para os municípios“.

Segundo a gestão estadual, os critérios de registros de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave no sistema Sivep Gripe foram alterados pelo governo federal nesta terça (23).

A medida fez com que muitas cidades não conseguissem registrar todos os óbitos no sistema nacional oficial. Diversas prefeituras reportaram à Secretaria de Estado da Saúde instabilidade do sistema, o que dificultou a inserção de dados.

A mudança tornou obrigatório o preenchimento de campos como CPF, número do cartão nacional do SUS e se o paciente é ou não estrangeiro. De acordo com o governo paulista, as alterações não foram avisadas previamente pelo órgão federal e que, por isso, as prefeituras não tiveram um período de transição para se adaptar à mudança.

Além de tornar estes campos obrigatórios, a partir de agora os municípios também precisam preencher informações sobre eventual vacinação contra Covid-19 destes pacientes.

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Movimentação de sepultamentos de vitimas decorrentes da COVID-19 no cemitério de Vila Formosa, zona leste da cidade de São Paulo na manhã desta quarta-feira 24 — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Movimentação de sepultamentos de vitimas decorrentes da COVID-19 no cemitério de Vila Formosa, zona leste da cidade de São Paulo na manhã desta quarta-feira 24 — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

“Tivemos uma questão que é a mudança do sistema SIVEP GRIPE pelo Ministério da Saúde, fazendo alterações especialmente nos aportes de dados, com incrementos de registros como número de CPF, cartão SUS, o que burocratizou a inserção de informações para os municípios. Desta maneira, burocratizar sem avisar fez com que nós não tivéssemos aportado, em grande parte dos municípios do país, o número real de óbitos”, disse o secretário Jean Gorinchteyn nesta quarta.

“Desta maneira, nós tivemos 24,3% de queda no número de óbitos em relação à ontem, só sendo aportados 281 mortes, o que chamou bastante atenção essa queda pronunciada e não esperada neste momento”, completou.

Dificuldades para registro em MS

O governo do Mato Grosso do Sul também anunciou dificuldades para registrar mortes por Covid-19 no sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep) do Ministério da Saúde nesta terça-feira (23).

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Secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Segundo o secretário estadual de Saúde do estado, Geraldo Resende, o número de mortes pela doença divulgado no boletim epidemiológico desta quarta-feira (24) não reflete a realidade por conta da instabilidade do sistema.

“Vamos apontar hoje 20 óbitos, o que não é realidade. Nós estamos tendo muito mais óbitos que esses anunciados hoje”, disse o secretário do Mato Grosso do Sul.

Março letal

Na última sexta (19), o mês de março tornou-se o mais fatal da pandemia em todo o Brasil. Do dia 1º até 19 de março, foram confirmadas 35.507 mortes pela Covid-19, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de Saúde do país.

É o maior número de mortes registradas em um período mensal desde o início da pandemia, 12 dias antes do final do mês.

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