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Anvisa diz que divulgação de eficácia da Sputnik é ‘boa notícia’, mas lista pontos pendentes – G1

Sputnik V ainda não está sendo testada no Brasil; Anvisa analisa pedido da fase 3
Sputnik V ainda não está sendo testada no Brasil; Anvisa analisa pedido da fase 3

6 min Sputnik V ainda não está sendo testada no Brasil; Anvisa analisa pedido da fase 3

Sputnik V ainda não está sendo testada no Brasil; Anvisa analisa pedido da fase 3

A Sputnik V ainda não está sendo testada no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária analisa um pedido da farmacêutica União Química para os estudos clínicos da fase 3 aqui no país. A empresa já anunciou que começou a produzir o ingrediente farmacêutico ativo, o IFA, para a vacina.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota nesta terça-feira (2) afirmando que a divulgação da eficácia de 91,6% da vacina contra a Covid-19 Sputnik é “boa notícia”, mas que precisa ter acesso aos dados completos para decidir sobre a segurança do imunizante.

A Anvisa também destaca que o estudo publicado sobre a eficácia do imunizante foi feito com a vacina armazenada em forma líquida a –18ºC, mas a farmacêutica responsável pela comercialização da Sputnik no Brasil pretende apresentar o imunizante em outras condições de temperatura e conservação, diferentes do produto que trata o artigo.

Em nota, a União Química – que pretende produzir a vacina no país – diz que, “toda documentação referente ao pedido de uso emergencial da Sputnik V no Brasil, apresentado à Anvisa, reflete exatamente as mesmas condições de fabricação, armazenamento e provas clínicas da Sputnik V adotadas na Rússia”.

“A vacina utilizada no estudo publicado hoje, pela revista Lancet, é exatamente a mesma vacina que a União Quimica receberá. Trata-se de uma única vacina.” – União Química

Após a divulgação da nota da União Química, a Anvisa reforçou seu posicionamento:

“Importante ressaltar que a temperatura recomendada para armazenamento da vacina Sputnik V na forma líquida é não superior a -18ºC, como mencionado no referido artigo. Novos estudos deverão ser realizados caso haja interesse por parte do fabricante nacional em alterar as recomendações sobre a temperatura de armazenamento da vacina no Brasil.” – Anvisa

Quarta vacina com estudo publicado

A vacina é a quarta a ter resultados publicados em uma revista, depois de Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca e Moderna. Quando isso acontece, significa que os dados foram revisados e validados por outros cientistas.

Até agora, apenas duas vacinas receberam a autorização de uso emergencial e estão sendo aplicadas no Brasil: a de Oxford e a CoronaVac, da chinesa Sinovac.

Importação para o Brasil

A Sputnik V ainda não está sendo testada no Brasil, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está analisando um pedido da farmacêutica União Química para que ensaios de fase 3 sejam feitos no país.

Em nota ao G1, a Anvisa disse que “existe um pedido da empresa de estudo de fase 3 em aberto na Anvisa. Este pedido está com pendências apontadas pela Anvisa e que estão sendo providenciadas pela empresa”.

VÍDEO: Revista aponta que Sputnik V tem eficácia contra Covid-19 de 91,6%
VÍDEO: Revista aponta que Sputnik V tem eficácia contra Covid-19 de 91,6%

1 min VÍDEO: Revista aponta que Sputnik V tem eficácia contra Covid-19 de 91,6%

VÍDEO: Revista aponta que Sputnik V tem eficácia contra Covid-19 de 91,6%

A vacina Sputnik V, desenvolvida pelo instituto russo de pesquisa Gamaleya para a Covid-19, teve eficácia de 91,6% contra a doença, segundo resultados preliminares publicados nesta terça-feira (2) na revista científica “The Lancet”, uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.

Lei a nota publicada pela Anvisa na íntegra:

“A publicação de um estudo clínico em revista de científica de referência é uma boa notícia. Entretanto, para decidir sobre a eficácia e segurança os dados a serem apresentados para uma autoridade reguladora precisa ter acesso aos dados completos gerados nos estudos clínicos.

Outra questão é que o estudo publicado no Lancet é com a vacina em forma líquida armazenada a -18ºC. A União Química quer comercializar no Brasil a vacina em outras condições de temperatura e conservação, diferentes do produto que trata o artigo.

Dessa forma é necessário saber se os resultados encontrados são extrapoláveis, ou seja, se os resultados da vacina líquida a –18°C valem também para a vacina que a União Química quer trazer para o Brasil. Para este tipo de avaliação é necessário estudo de comparabilidade entre os produtos.

Em relação aos pontos que precisam ser avaliados pela Anvisa temos, de forma resumida, as seguintes questões:

Relatórios do(s) estudo(s) clínico(s), que incluam os resultados da análise interina ou final de desfecho primário do(s) estudo(s) clínico(s) de fase 3 demonstrando, pelo menos, 50 % de eficácia.

O critério de sucesso estatístico deve ser que o limite inferior do intervalo de confiança (ajustado para alfa apropriado) seja maior que 30%, ou em caso de parâmetros alternativos, que estes tenham sido pré-aprovados pela Anvisa.

Esses relatórios devem incluir minimamente:

a. Critérios de inclusão e exclusão de voluntários participantes da pesquisa.

b. Descrição detalhada das características demográficas por braço do estudo e outras características importantes para a avaliação de eficácia e segurança, como presença e percentual de participantes com comorbidades, tratamentos concomitantes, uso permitido de outras vacinas;

c. Descrição detalhada dos desfechos e de como foi feita a avaliação de cada desfecho no estudo, incluindo definição de caso de Covid-19 e escalas utilizadas para avaliação de gravidade, sintomas considerados para definir a necessidade de coleta de amostras para confirmação virológica, procedimentos para monitoramento de sintomas dos participantes, definição de períodos de dias, com máximos e mínimos, a partir do primeiro dia de sintomas para coleta de amostras para confirmação sorológica;

d. Tempo médio de acompanhamento dos participantes após a administração do esquema completo de vacinação para a população de análise de segurança e de eficácia;

e. Listagens de dados necessárias para apoiar as análises críticas como: resultados individuais de sorologia de base, diagnóstico prévio de Covid-19 com os resultados de testes realizados, resultados individuais dos desfechos de imunogenicidade, data de coletas, número de amostras coletadas e resultados para os testes para confirmação virológica da infecção por Sars-CoV-2 para todos os participantes que foram sintomáticos no estudo;

f. Relatórios de validação dos ensaios bioanalíticos utilizados para avaliar os desfechos do estudo clínico de fase 3;

g. Dados de segurança acumulados dos estudos de fase 1 e 2, com foco nos eventos adversos graves, eventos adversos de interesse especial e casos graves de Covid-19, acompanhados das respectivas narrativas detalhadas, e o plano de monitoramento para detecção de eventos adversos tardios, justificando o período proposto; e

h. Dados de segurança dos estudos de fase 3 referentes a um seguimento mediano de, pelo menos, dois meses após a última imunização e estabelecimento de um perfil de segurança preliminar para eventos adversos graves e de interesse especial e para exacerbação da doença respiratória;. Devem ser fornecidas as narrativas detalhadas dos eventos adversos graves, de interesse especial e casos graves de Covid-19.

Outros pontos de análise

Além desses dados, há necessidade de avaliação das boas práticas de fabricação de cada local de produção do insumo farmacêutico e da vacina na forma acabada, dos demais dados de qualidade, estabilidade e o plano de monitoramento no Brasil.

Quando a vacina COVID-19 não estiver sendo avaliada em ensaios clínicos conduzidos no Brasil e pretende registrar, caberá à requerente apresentar:

– a estratégia do patrocinador quanto à condução dos ensaios estudos clínicos em outro país e que , demonstrando a intenção de acompanhamento dos participantes para a avaliação de eficácia e segurança dos participantes do estudo pivotal por pelo menos 1 ano, incluindo estratégia para avaliação de exacerbação da doença respiratória (RDE),

– garantir que terá acesso aos dados gerados em sua totalidade, bem como garantir e demonstrar que os estudos pré -clínicos e clínicos foram conduzidos conforme as diretrizes aceitas nacional e internacionalmente (por exemplo, se foram seguidos os guias do ICH e se a vacina é produzida em país membro do PIC/s), e que os ensaios e dados clínicos obtidos em outros países sejam aplicáveis à população brasileira.

– seguir a Resolução- RDC 55/2010 e antes do protocolo, a requerente deve fazer uma prévia apresentação para a Anvisa do racional clínico, da qualidade e dos estudos conduzidos em outros países.”

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