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André Brandão, do HSBC, é escolhido novo presidente do Banco do Brasil – O Globo

BRASÍLIA — Depois de uma semana de espera, o ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro escolheram o novo presidente do Banco do Brasil. O nome definido é o do ex-presidente do HSBC no Brasil e atual diretor de Global Banking e Markets para as Américas da instituição, André Brandão.

O anúncio oficial ainda não foi feito porque, para assumir o cargo, Brandão precisa se descompatibilizar do HSBC, negociar sua saída e baixar o capital sob administração própria, em investimentos pessoais.

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Com mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro, e passagem também pelo Citibank, Brandão chegou ao comando do HSBC em março de 2012, quando substituiu Conrado Engel, outro executivo que chegou a ser cotado para a presidência do BB.

A indicação de Brandão ganhou corpo ao longo da sexta-feira, depois de algumas recusas de outros executivos de mercado, que alegaram questões salariais e, também, o desafio de assumir um banco público diante de um cenário desafiador de possível aumento da inadimplência em função da crise econômica causada pela pandemia.

Rubem Novaes entregou sua carta de demissão na sexta-feira da semana passada, argumentando que o banco precisava de renovação para enfrentar os momentos futuros de inovação no setor bancário. Mas em entrevistas posteriores afirmou que não tinha se acostumado à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília.

Ao Colunista do GLOBO Merval Pereira, Novaes também disse, sem citar casos específicos, que “tem muita gente com rabo preso trocando proteção” na capital Federal.

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Quando o nome de Brandão surgiu no páreo, antigos executivos do próprio BB avaliaram que tal escolha demonstraria “falta de sabedoria política”.

A avaliação é de que, como Brandão é egresso de uma instituição estrangeira, sua presença poderia dificultar ainda mais um possível processo de privatização do BB, que depdende de aprovação do Congresso.

Após Novaes entregar seu pedido de demissão, o governo buscou uma solução interna para substituí-lo e três nomes chegaram a ser cotados.

O principal objetivo de Rubens Novaes era a privatização do Banco, que segundo ele, e seu chefe imediato, Paulo Guedes, tinha perdido os privilégios de ser público, como monopólio sobre folhas de pagamento, e também não desfrutava de vantagens de ser privado, como maior facilidade para contratações, demissões e venda de ativos não essenciais.

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Novaes também foi alvo de cobrança do presidente Jair Bolsonaro por uma atuação mais incisiva do Banco do Brasil, especialmente na redução de juros.

Bolsonaro, que chegou a afirmar que a privatização do BB era assunto encerrado, vinha comparando a situação do BB com a da Caixa Econômica Federal, que efetuou uma série de cortes de juros nos últimos meses e tem servido de vitrine para ações do governo federal no combate à crise econômica gerada pelo coronavírus.

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Em sua defesa, Novaes lembrava que o Banco do Brasil é uma empresa de capital aberto, com ações negociadas em Bolsa. A Caixa tem o capital fechado, tendo a União como controladora de 100% das ações. 

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