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A visão de um criacionista sobre o Sistema Solar

George T. Javor*

A Bíblia revela um princípio vital das atividades do Criador. A sustentação de cada ato de Deus é um propósito abarcante, amoroso, decorrente da sabedoria infinita.

A Terra faz parte do Sistema Solar, um complexo conjunto de corpos cósmicos. Viajando em órbitas quase circulares ao redor do Sol estão oito planetas, cinco planetas anões, e mais de 150 luas-satélites. Inúmeros asteroi- des e cometas também fazem parte do nosso “quintal” cósmico. Para além do Sistema Solar há um enorme espaço vazio, que se estende em todas as direções por mais de 6,4 trilhões de km (4,37 anos-luz). A essa distância está o sistema planetário Alfa Centauri, o nosso vizinho mais próximo na Via Láctea.

Começando com o lançamento do Sputnik 1, em 1o de outubro de 1957, mais de 200 sondas espaciais foram enviadas para investigar a Lua, o Sol, Marte, Vênus, Mercúrio, Júpiter, Saturno e o Cometa Halley. A humanidade pôs os pés na Lua, e laboratórios robóticos têm procurado por evidências da existência de vida em Marte.

Em 1990, o telescópio espacial Hubble foi colocado na órbita terrestre baixa. Com o seu espelho de 2,4 metros, na quase total ausência de luz de fundo, ele continua a nos enviar imagens sem precedentes do espaço profundo, no espectro de luz visível. Esse instrumento também capta imagens de regiões próximas, em luz ultra-violeta e infravermelha. Os telescópios terrestres não podem obter esses dados, já que a nossa atmosfera bloqueia fortemente esses comprimentos de onda.

Dos oito planetas do Sistema Solar, os quatro mais internos são menores e são compostos por rochas e metais. Os quatro planetas exteriores são “gigantes de gás”. Júpiter e Saturno contêm principalmente hidrogênio e hélio. Urano e Netuno são feitos de água congelada, amônia e metano.

Além da nossa Lua e das duas pequenas luas em torno de Marte, não há outros corpos no sistema solar interior. Em contraste, existem mais de 150 luas de tamanhos variados que orbitam os gigantes gasosos.

Entre as órbitas de Marte e Júpiter está o “cinturão de asteroides”, povoado por um grande número de asteroides de formas irregulares. O tamanho desses asteroides vai desde o planeta anão, Ceres, com um diâmetro de 950 km, até partículas de poeira.

Imagens das superfícies da Lua e de Marte mostram apenas paisagens áridas e desoladas, cobertas por rochas. Fotografias da Terra, da Lua, Mercúrio e Marte, a partir da órbita de visualização da nave espacial, mostram numerosas crateras de impacto.

Parece também não existir nenhum organismo vivo em qualquer um dos planetas e luas fora da Terra. A melhor chance da existência de vida extraterrestre estava em Marte. Mas, em 1976, os dois laboratórios robóticos Viking, que pousaram no planeta vermelho, determinaram que não só não há formas de vida lá, como também os espectrômetros de massa, com sua sensibilidade de 10 partes por bilhão, não conseguiram encontrar quaisquer substâncias orgânicas no solo marciano. Mais recentemente, o laboratório móvel Curiosity [um robô do tamanho de um carro médio], movido a energia nuclear, que pousou em Marte em 2012, detectou vestígios de clorobenzeno (uma substância não biológica) em uma rocha e gás metano na atmosfera. Essas descobertas, no entanto, não alteraram o estado de Marte como sendo um planeta completamente estéril.

Problemas na teoria nebular

De acordo com a explicação dos livros didáticos padrões, nosso Sistema Solar surgiu pelo colapso gravitacional de uma gigantesca nuvem de poeira e gás, há cerca de 4,6 bilhões de anos. No entanto, essa hipótese, que é uma versão moderna da teoria nebular, inicialmente proposta no século 18 por Emanuel Swedenburg (1734), Immanuel Kant (1755), e Pierre-Simon Laplace (1796), tem sérias dificuldades.

A nebulosa gasosa quente, que é a fonte do nosso Sistema Solar, supostamente, originou-se do “Big Bang”. Mas gases quentes se expandem, em vez de entrarem em colapso. A massa necessária para se opor a tal expansão foi calculada como sendo de 100.000 vezes a massa do Sol – uma impossibilidade!

No entanto, se, de alguma forma, a nebulosa solar em rotatividade estivesse fria no momento de seu colapso, então, seu momento angular deveria ter sido transferido para o Sol, que tem 99,8% da massa do Sistema Solar. Na realidade, são os planetas que têm 98% do momento angular do Sistema Solar.

Em um sistema solar originário de uma nuvem de gás e poeira, homogênea e em rotação, seria de se esperar que cada planeta mantivesse o seu movimento de rotação no mesmo sentido. O Planeta Vênus, entretanto, gira em direção oposta (inversa) aos outros planetas. Além disso, seria de se esperar também que as composições e propriedades gerais dos planetas fossem pelo menos semelhantes. Ao contrário, cada planeta, tanto interior como exteriormente, é único.

Mesmo diante de suas falhas demonstráveis, esta teoria nebular da origem do Sistema Solar de 200 anos, ainda é a preferida pelo mundo secular, em lugar do registro de 3.500 anos que transcreve as palavras do Criador: “Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a Terra” (Êxodo 20:11).

Explicação alternativa

Há, sem dúvida, milhões e milhões de pessoas que continuam acreditando na veracidade do relato bíblico. Mas o que elas vão fazer com o quadro atual do Sistema Solar? Será que vão simplesmente ignorar a avalanche de novos dados das explorações espaciais nas últimas décadas? Ou será que a sua crença nas verdades apresentadas na Bíblia suscitarão explicações alternativas das realidades cósmicas?

A Bíblia revela um princípio vital das atividades do Criador. Sustentar cada ato de Deus é um propósito abarcante, amoroso, decorrente da sabedoria infinita.

Com relação à criação, o profeta Isaías escreve: “Pois assim diz o Senhor, que criou os céus, Ele é Deus; que moldou a Terra e a fez, Ele fundou-a; não a criou para estar vazia, mas a formou para ser habitada” (Isaías 45:18). Na verdade, a Terra faz parceria com milhões de diferentes tipos de organismos, tanto que pode não haver uma polegada quadrada sequer de superfície estéril em qualquer parte no globo!

Mas o que dizer dos outros planetas do Sistema Solar? Não há vida neles, são tão estéreis que nos lembram do estado da Terra no primeiro dia da criação: “E a Terra era sem forma e vazia” (Gênesis 1:2). Se é assim, foram os outros planetas criados “em vão”?

A semana da criação, descrita nos dois primeiros capítulos de Gênesis, parece marcar o surgimento, não só da Terra, do Sol e da Lua, mas de todo o Sistema Solar. Ele seria a residência de um novo tipo de seres criados, cuja distinção era que eles seriam feitos à imagem de Deus (Gênesis 1:26). Quando Jesus disse que “o sábado foi feito por causa do homem” (Marcos 2:27), Ele deu a entender que o Sistema Solar foi criado para nós.

Os dois primeiros capítulos de Gênesis descrevem passo a passo a renovação da Terra estéril, sem vida, em uma bela morada edênica para Adão e Eva e seus descendentes. “Quando a Terra saiu das mãos de seu Criador, era extraordinariamente bela. Variada era a sua superfície, contendo montanhas, colinas e planícies entrecortadas por majestosos rios e formosos lagos; as colinas e montanhas, entretanto, não eram abruptas e escabrosas, tendo em grande quantidade tremendos despenhadeiros e medonhos abismos como hoje elas são; as arestas agudas e ásperas do pétreo arcabouço da Terra estavam sepultadas por sob o solo rtil, que por toda parte produzia um pujante crescimento de vegetação.”1

Essa transformação foi feita diante de uma emocionada audiência de seres criados em todo o Universo, que irrompeu em alegres exclamações de entusiasmo ao ver Deus em Sua ação criativa (Jó 38:7). Na verdade, uma percepção clara da ação criativa de Deus é a base da nossa sensação de bem-estar e felicidade, e essa foi uma importante razão pela qual Adão e Eva, sem haverem pecado, foram aconselhados a observar semanalmente o memorial da criação (Gênesis 2:3).

O Jardim do Éden era um modelo a ser copiado pelos filhos de Adão em seu estado antes da queda.2 Em vez de cidades, o Senhor queria que a humanidade vivesse em jardins. Finalmente, cumprindo o mandato divino de “Sejam rteis e multipliquem-se” (Gênesis1:22), a humanidade teria ocupado todo o espaço disponível na Terra, e então o Senhor poderia ter convertido os planetas interiores do sistema solar, bem como algumas das luas dos gigantes gasosos, em lugares totalmente habitáveis por humanos. Esse trabalho teria ocorrido aos olhos da humanidade, de modo que nós também poderíamos ter testemunhado as proezas criativas do Senhor.

O conteúdo de hidrogênio/hélio dos planetas Júpiter e Saturno sugerem que eles possam ser pequenos sóis não incandescentes. Ao se tornarem incandescentes, poderiam vir a fornecer luz e calor para, talvez, seis das maiores luas que circundam os planetas exteriores do Sistema Solar.

A interrupção do plano original de Deus

A aparência estéril dos planetas interiores e a falta de incandescência de Júpiter e Saturno poderiam ser compreendidas pelos criacionistas como a interrupção do plano original de Deus, o resultado da rebelião da humanidade.

A presença de asteroides, cometas, planetas anões, pequenas luas-satélites e crateras de impacto deveriam também preocupar os criacionistas. São esses as sobras de materiais da criação original do Sistema Solar, os quais para Deus não tem qualquer utilidade? Isso, no entanto, parece não condizer com o caráter de Deus. O Senhor não faz cálculos incorretos ou desperdiça recursos.

O Criador, por exemplo, projetou o ecossistema da Terra de modo que cada substância orgânica seja naturalmente reciclada. O solo e os micro-organismos marinhos podem até corrigir vazamentos de poços petrolíferos. Grandes ciclos de carbono, nitrogênio e enxofre na natureza garantem a utilidade máxima de cada átomo.

Os asteroides (e seus parentes mais próximos, os cometas), os planetas anões, as pequenas luas e as crateras de impacto não parecem ter a assinatura do Criador. Não pode isso ser entendido como pertencente àquele reino sobre o qual Jesus falou no contexto de uma parábola: “Um inimigo fez isso” (Mateus 13:28)?

Mas quando e como tudo isso aconteceu? A Bíblia não se refere a eventos cósmicos que poderiam ter gerado esses componentes do sistema solar, mas fala de uma “guerra no Céu” (Apocalipse 12:7), um conflito aberto entre Deus e Lúcifer. Essa guerra no Céu – que os adventistas chamam de “grande conflito” – começou no Céu, entre Deus e Satanás, tendo como alvo a singularidade da relação de Deus com o Filho (“um em natureza, caráter, propósito – o único Ser que poderia penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus”)3 – e levou à expulsão de Satanás da presença de Deus. Lançados fora do Céu, Satanás e suas forças procuraram tornar a Terra e os seres humanos, começando com Adão e Eva, aliados em sua guerra e ataques sutis contra a excelência da criação de Deus e de Seus santos desígnios para com a raça humana, que é o objeto de Seu amor. Desde a primeira aparição de Satanás no Jardim do Éden (Gênesis 3:1-15; Apocalipse 12: 9), o maligno semeou as sementes das distorções cósmicas, da destruição, da injustiça, do pecado, e de tudo que se opõe ao caráter de Deus, de amor, santidade e justiça. Assim, quando Jesus viu todas as iniquidades e deturpações no Cosmos, estava certo em Sua proclamação inequívoca: “Um inimigo fez isso” (Mateus 13:28).

Tendo esse aspecto do grande conflito em perspectiva, outras conclusões a respeito de nosso Sistema Solar podem também ser delineadas. Assim, é possível que as modificações indesejáveis nele operadas possam ter ocorrido após o dilúvio. Durante esse catastrófico acontecimento global, Satanás foi forçado a permanecer na Terra e temia por sua sobrevivência.4

Há poucos anos, dois cientistas apresentaram um modelo computadorizado que sugeria a ideia de que houve um “Planeta V” entre as órbitas de Marte e Júpiter.5 Eles propuseram que a órbita do Planeta V era instável e que o planeta foi destruído quando se desviou para o Sol.

É bem provável que este Sistema Solar avariado seja drasticamente alterado quando o Senhor criar um novo Céu e uma nova Terra (Apocalipse 21:1). Como será o novo sistema solar? Todas as indicações são de que em breve teremos uma resposta para essa pergunta.

*George T. Javor, PhD pela Universidade de Columbia, Nova Iorque, EUA, é professor emérito de bioquímica e microbiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Loma Linda. Seu mais recente livro tem por título: A Scientist Celebrates Creation [Um Cientista Celebra a Criação]. E-mail: gjavor@llu.edu



            

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