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A real ameaça ao Pentecostalismo

Por Gutierres Fernandes Siqueira

Nos últimos tempos muito se falou sobre a ameaça do liberalismo teológico em seio pentecostal. Concretamente, afirmo que dificilmente um pentecostal abraçará o liberalismo alemão do século XIX (racionalismo, antisobrenaturalismo, ceticismo exacerbado etc.). A essência do pentecostalismo depende fortemente de uma crença na intervenção milagrosa de Deus. Portanto, julgo como pouco provável que um pentecostal, por exemplo, seja adepto da dúvida pela dúvida como ferramenta de construção do conhecimento.

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Mas há sim uma ameaça que nos ronda. No meu mais recente livro “O Espírito e a Palavra” (CPAD) chamo essa cilada sutil de “hermenêutica romântica”. O grande risco do romantismo teológico exagerado é um subjetivismo não apenas cognitivo, mas sobretudo moral. Aquilo que o pensador britânico Anthony Daniels chama de “sentimentalismo tóxico”. O sentimento passa a ser um atributo tão acima de tudo que acaba por ser juíz do verdadeiro, do belo e do bom. Não é à toa que hoje no Brasil a maior parte das chamadas “igrejas inclusivas” nasceu em ambientes carismáticos. Essas pessoas pensam: “Se eu sinto paixão ardente em meu interior, então nada mais importa”. O teólogo anglicano C.S. Lewis (1898-1963) já nos lembrava no século passado que até mesmo o amor, quando encarado como mero sentimento, poder virar um ídolo. Deus é amor, diz João, mas não o contrário.

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