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Vozes missionárias ressoando pela terra

Por vezes, ouve-se alguém dizer que é preciso “dar voz à obra missionária” para despertar os cristãos e apressar a volta de Cristo. A expressão não é plausível, haja vista que a obra missionária não é novidade!! Não é criação de um grupo de pessoas na igreja que deseja sair da cidade, do estado ou do país para anunciar as boas novas de salvação em Cristo Jesus.

O próprio Deus é missionário desde a criação. Quando criou o mundo e todos os seres, um de seus propósitos era ser glorificado. E para o homem, obra-prima da criação, ele planejou ser glorificado pelos povos em todos os tempos e em todo o mundo. Tudo foi criado com um propósito.

Sim, desde o princípio Deus planejou que a salvação seria anunciada entre todos os povos. Isto está estampado em Gênesis 12, quando a promessa é feita a Abraão: “em ti serão benditas todas as famílias da terra”. Ainda que os cristãos pareçam ser minoria nesse mundo, os salvos serão incontáveis como cumprimento da promessa a Abraão (Gn 13.16)

É preciso assumir a tarefa planejada há muito tempo e fazê-lo não é atribuição dos tempos atuais ou daquele grupo de pessoas da igreja que continuamente está falando em missões. Não é mais uma ocupação, é a segunda atividade mais importante da igreja (a primeira é a adoração ao Senhor!)

É preciso ir às regiões geográficas próximas como os subúrbios das cidades, as regiões circunvizinhas, os distritos e as vilas. Às regiões mais distantes do interior ou nos rincões desse país de proporções continentais, aos países limítrofes da fronteira nacional e mais, às regiões remotas ou de difícil acesso (territorial ou político). À medida que se percorre ‘Jerusalém’, vai a ‘Samaria’ e aos ‘confins da terra’, apregoando Jesus e seu maravilhoso amor.

A tarefa parece assaz árdua? O teólogo escocês P.T. Forsyth afirma que “a fraqueza de muitos trabalhos atuais é que traímos o sentimento de que o que ainda está por fazer é maior do que [Cristo] já fez.” A assertiva é verdadeira e nos remete a considerar que o sacrifício de Jesus na cruz do calvário foi a parte mais penosa e o que nos cabe é plenamente factível.  É irrelevante fazer o cálculo do tempo a ser utilizado, porque este também está sob o desígnio divino. Ademais, há a promessa – “e eis que eu estou convosco todos os dias” (Mt 28.20) Portanto, o foco é obedecer ao “ide”. Esta é a tarefa que nos é designada, o Senhor assegura o sucesso do empreendimento e todas as coisas estão sob seu absoluto controle.

E os modos de cumprir a missão são múltiplos. É possível ir pessoalmente aos campos, ir em apoio e sustento (pastoral, emocional, financeiro), ir em oração e intercessão para que quaisquer barreiras sejam removidas. Outrossim, a missão requer enviadores que são os que mobilizam, ensinam e treinam. Todos os envolvidos necessitam preparos físico, intelectual, cultural, espiritual e buscá-los é fundamental, o que demanda uma rede de pessoas e relações, cooperação e troca de conhecimentos e experiência.

Como dito, missões não são tema exclusivo da igreja contemporânea. Estavam previstas no projeto de Deus e testemunhamos que, ao longo da história, em muitos lugares, a obra de evangelização é efetuada por cristãos corajosos que se valeram (e valem) de diferentes estratégias, imergindo no universo cultural para que aqueles que ainda não conheciam (conhecem) a Cristo, pudessem (possam) compreendê-lo com Senhor e Salvador, digno de adoração.

O necessário não é “dar voz à obra missionária”, visto que é tarefa de todo cristão. Essa ideia é insatisfatória, implica que por algum motivo quem faz missões está em silêncio (ou foi silenciado), o que não corresponde à realidade. Aquele que está na lida missionária pode não figurar nas redes e mídias sociais ou ter publicidade no meio cristão ou secular, todavia não está emudecido. É como a “voz que clama no deserto” (Is 43.5), anunciando o caminho da verdade e da vida, que ainda que não seja ouvida por milhares, tem efeito em seu espaço de atuação.

O imprescindível é que mais e mais vozes enunciem para que adquira maior visibilidade e engajamento. Uma voz que ao ser ouvida, ressoe por outros cantos e seja acreditada e desperte novas para também apregoarem a mensagem. E assim multiplicar-se-á vozes nas paragens próximas e distantes.

Colunista: Sandra Mara Dantas

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