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Veja detalhes do Gripen, novo jato supersônico da Força Aérea Brasileira

O primeiro dos 36 caças Gripen fabricados pela sueca Saab para a Força Aérea Brasileira (FAB) fez seu primeiro voo de de teste no espaço aéreo brasileiro na quinta-feira (24).

A aeronave decolou de Navegantes, em Santa Catarina, com destino Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, onde fica o Centro de Ensaios em Voo do Gripen e uma fábrica da Embraer.

O contrato assinado no fim de 2013, no valor de 39,3 bilhões de coroas suecas (R$ 23,7 bilhões, no câmbio atual), prevê, além da produção das 36 aeronaves até 2024, um programa de transferência de tecnologia à indústria aeroespacial brasileira para o desenvolvimento do Gripen no Brasil.

Batizado de F-39 pela FAB, a aeronave está prevista para ser entregue oficialmente ao governo federal em 2021.

O Gripen será operado em dois modelos no país: monoposto (os modelos E, como o testado na quinta-feira) e biposto (modelos F) – uma novidade na linha da Saab, desenvolvida em parceria com os militares brasileiros.

Informações técnicas

Os Gripen NG, versão comprada pelo Brasil, possuem 15,2 m de comprimento por 8,6 m de envergadura. Os jatos pesam 8 toneladas vazios e têm capacidade para decolar com mais do que o dobro de seu peso, 16,5 toneladas, em uma distância mínima de 500 metros.

Em termos de velocidade, o jato pode voar acima de 1.400 km/h ao nível do mar e passa de Mach 2 – duas vezes a velocidade do som, ou seja, 2.448 km/h – em altas atitudes.

A Saab destaca ainda que o avião precisa de apenas 10 minutos para retomar o combate ar-ar e que o troca completa do motor do caça pode ser feita em menos de uma hora.

Os diferenciais

De acordo com a FAB, o Gripen é conhecido pela sua “eficiência, baixo custo de operação, elevada disponibilidade e avançada capacidade tecnológica”.

O jato já é usado pelas Forças Aéreas de países como Suécia, África do Sul, Hungria, Tchéquia e Tailândia, além da escola de Pilotos de Teste do Reino Unido (ETPS, em inglês).

Em muitos desses países, é o principal jato usado na garantia da soberania e proteção do espaço aéreo em missões variadas.

No Brasil, seu uso deve dar um salto qualitativo e tecnológico ao incorporar “recursos embarcados até então inéditos”, diz a FAB.

Caça polivalente

De acordo com a Saab, o jato é um dos primeiros do mundo que pode ser utilizado em outros funções além dos combates aéreos.

“Significa que pode cobrir uma ampla gama de requisitos de missão, poupando os clientes dos custos de ter que comprar aviões dedicados ao ataque ao solo e à superioridade aérea separadamente”, segundo material promocional da empresa sobre a aeronave.

Na prática, isso significa que o Gripen pode desempenhar, simultaneamente, missões ar-ar para interceptar e neutralizar outras aeronaves, ar-terra para destruir veículos, navios e instalações militares inimigas, e de reconhecimento, nas quais identifica ameaças e patrulha fronteiras.

Além disso os sensores do Gripen identificam o inimigo usando métodos ativos e passivos, ao mesmo tempo em que apresenta assinatura pequena nos radares e sensores infravermelhos dos adversários.

“Os sistemas embarcados de Guerra Eletrônica (EW) do Gripen também podem embaralhar os sensores e mísseis inimigos, e o seu tamanho relativamente pequeno faz com que seja difícil detectá-lo visualmente”, afirma a empresa sueca.

Configurações de uso

A Saab diz que o raio de combate do Gripen na configuração ar-terra é de aproximadamente 800 nm (milhas náuticas), cerca de 1.500 quilômetros.

Isso significa que se os F-39 brasileiros decolarem do 1º Grupo de Defesa Aérea (GDA), na Base Aérea de Anápolis (GO), distante 151 km de Brasília, podem atacar alvos em todos os estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, além de cobrir parte das regiões Norte e Nordeste, e retornar para a base.

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