sexta-feira, abril 19Notícias Importantes
Shadow

UFMG desenvolve vacina contra o coronavírus

O Centro de Tecnologia em Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolve o que pode ser a primeira vacina 100% nacional contra a covid-19. Fruto da parceria da instituição de ensino com o governo mineiro e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o projeto, contudo, não deve chegar a população nos próximos meses. De acordo com integrantes do trabalho, a expectativa inicial é que o material esteja disponível aos brasileiros em geral somente em 2022.

Leia mais: “Dois mil médicos assinam documento em defesa do tratamento precoce”

Coordenadora do Centro de Tecnologia em Vacina da UFMG, a professora Ana Paula Fernandes afirmou que o objetivo inicial é acelerar a produção de vacinas em Minas Gerais. Para isso, ela adiantou o interesse de contar com mais parceiros. Como exemplo, citou a Fundação Ezequiel Dias, que já trabalha na produção de imunizantes. Posteriormente, a ideia será levar a vacina para todo o Brasil, que no momento conta com a liberação do uso emergencial de dois projetos contra o coronavírus: a CoronaVac e a vacina da Oxford/AstraZeneca.

Ainda com o trabalho nas fases iniciais, a professora explicou que já conseguiu identificar os antígenos e a melhor composição do imunizante a partir de testagem realizada em camundongos, inclusive em alguns geneticamente modificados. “Fizemos testes em animais, inclusive em animais transgênicos, necessários para esse tipo de análise”, pontuou Ana Paula Fernandes em entrevista à Agência Brasil. Dessa forma, a equipe liderada por ela prepara-se para lançar estudos clínicos para depois começar testes em seres humanos.

Investimento e independência

A pesquisadora e professora da UFMG revelou, ainda, os valores envolvidos nos trabalhos relacionados à vacina contra a covid-19. Estimou que já tenha sido empenhado de R$ 15 mil a R$ 30 milhões. Para estudo clínico em humanos, ela fala em R$ 100 milhões. Reforça que trata-se de investimento e não custo. E que a conta é “menor do que aquele que está sendo feito para a transferência das tecnologias de fora”.

“Um marco histórico”

“Esse processo vai ser, realmente, um marco histórico, que vai poder ser replicado para outros processos, para que o Brasil tenha independência nessa área estratégica”, afirmou Ana Paula Fernandes.

Leia também: “O que falta para o SUS funcionar direito?”, matéria de capa da edição 47 da Revista Oeste.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?