RIO — Nesta sexta-feira, um grupo convocou pelas redes sociais e organizou um baile funk que o palco foi um dos trens da Supervia. Imagens que circulam nas redes sociais mostram que o evento chamado de “Trem do Funk da Antiga” teve DJ com aparelhagem do som, poucos passageiros de máscara e muita bebida alcoólica vendida por ambulantes.
No flyer digital compartilhado nas redes, marcava o ponto de encontro na plataforma 8 da Central do Brasil, por volta das 19h. O trem escolhido pelos organizadores foi o do ramal Japeri, que saiu por volta das 20h 15 da Central. Em vídeos compartilhados nas redes ainda mostram passageiros com feições que demonstravam estar descontentes com o grupo.
“Rapaziada do Rio, São Gonçalo, Niterói. Na estação da Central à destino à Japeri. Concentração máxima a todas as galeras do Rio de Janeiro”, diz um dos organizadores em um vídeos também compartilhado nas redes sociais.
ASSISTA:
[embedded content]
Em nota, a Supervia afirmou que “repudia o comportamento registrado que mostra a prática de atos proibidos por lei, especialmente neste momento delicado de pandemia, incluindo, pessoas sem máscaras, ouvindo música alta, fumando e consumindo bebidas alcoólicas, o que pode causar transtornos e riscos aos demais passageiros.
Participe do nosso canal no Telegram e receba todas as notícias em primeira mão. CLIQUE AQUI
A concessionária ainda afirmou que apura o episódio e adotará “medidas jurídicas cabíveis, comunicando as autoridades competentes para investigação e punição dos responsáveis”. Questionada sobre a fiscalização dentro das composições, a empresa informou que “a fiscalização em relação ao uso de máscara cabe ao poder público”, pois seus agentes não possuem poder de polícia. A Supervia ainda diz realizar ações de conscientização e vender passagens apenas para passageiros com máscaras.
Restrições devem ser anunciadas na segunda-feira
Depois de chegar ao alarmante índice de 96% das UTIs da rede SUS da capital ocupadas, grande parte dos leitos com doentes de outros municípios do estado, principalmente da Baixada Fluminense, a prefeitura do Rio vai endurecer as medidas restritivas. Segundo fontes da administração municipal, na segunda-feira será anunciado que apenas serviços essenciais funcionarão no Rio por dez dias. O pacote também inclui a antecipação de feriados na cidade, o que diminuirá a circulação de pessoas, grande fator de risco para a disseminação da Covid-19. A ideia é que as medidas mais radicais entrem em vigor até o fim da semana. Na segunda-feira ainda, uma reunião definirá os detalhes, principalmente com relação ao comércio.
Neste domingo, está agendado um encontro entre o governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes. Os dois divergem sobre esse caminho mais radical nas restrições. Tudo indica que o clima do tête-à-tête será de “pressão final”, ou melhor, de ultimato, por parte do município. Isso porque o prefeito Eduardo Paes tem se mostrado insatisfeito com a postura de seus pares em outras cidades do estado no combate à pandemia.
Na sexta-feira, os dois já tiveram uma reunião sobre o tema, na qual Paes ressaltou a “a necessidade de medidas com alcance metropolitano realmente eficazes”. Em seu perfil no Twitter, o prefeito afirmou que na segunda, espera “anunciar novas medidas em consonância com o governo do estado. Na cidade do Rio, elas virão”. Segundo o painel da secretaria estadual de Saúde, o estado do Rio registra até agora 618 mil casos de coronavírus e mais de 34 mil mortos. E tem 481 pacientes à espera por um leito de Covid neste sábado.