Ministro da China acusa soldados australianos por assassinatos de civis afegãos
O ministro das Relações Exteriores da China, Lijian Zhao, usou o Twitter para atacar a Austrália. Em postagem no Twitter divulgada no último fim de semana, o integrante do regime comunista afirmou que soldados australianos foram responsáveis pelas mortes de prisioneiros civis no Afeganistão. “Condenamos veementemente tais atos e exigimos que sejam responsabilizados”, garantiu o chanceler chinês.
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Além da mensagem em tom ameaçador contra a Austrália, o ministro da China publicou uma imagem. A foto mostra o que seria um soldado do Exército australiano prestes a decapitar — com facão — uma mulher afegã. O soldado aparece sorridente. Esse registro, entretanto, não passa de mera montagem, conforme alertou o jornalista Leonardo Coutinho. “A imagem é fake, mas segue on-line [até o fim da tarde desta quinta-feira, 3]“, observou.
Shocked by murder of Afghan civilians & prisoners by Australian soldiers. We strongly condemn such acts, &call for holding them accountable. pic.twitter.com/GYOaucoL5D
— Lijian Zhao 赵立坚 (@zlj517) November 30, 2020
Nesse sentido, Coutinho chamou a atenção para dois fatores. O primeiro: diferentemente de Zhao e outras lideranças ligadas ao Partido Comunista, o povo chinês não tem acesso ao Twitter — afinal, a rede social é proibida no país asiático. Dessa forma, ele cobrou posicionamento por parte da direção da plataforma. O jornalista também questionou as razões pelas quais integrantes do regime seguem com contas ativas (e verificadas) e por qual motivo a montagem contra o Exército australiano não foi bloqueada.
#2 Já se passaram dois dias que a conta oficial do regime chinês fez a postagem e o @Twitter, tão eficiente em censurar líderes ocidentais, não fez nada em relação ao fato. É chocante a condescendência. pic.twitter.com/PT4k2DaQtS
— Leonardo Coutinho (@lcoutinho) December 2, 2020
#4 Manter contas ativas e até verificadas do regime, enquanto 1,4 bi de pessoas têm acesso negado é um contrassenso. Pequim usa a rede para propaganda. Uma contradição que reforça a opressão aos chineses e enfraquece os valores democráticos que o @Twitter diz defender.
— Leonardo Coutinho (@lcoutinho) December 2, 2020
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