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Recurso sobre depoimento de Bolsonaro será julgado nesta quinta, decide Fux

Ministros apontam reservadamente que, em um julgamento físico, com debates, há chance de Celso de Mello conseguir apoio no plenário para manter a decisão que obrigaria Bolsonaro a prestar depoimento presencial.

No recurso, a Advocacia-Geral da União (AGU) pede que o presidente seja autorizado a enviar posicionamento por escrito. Celso de Mello já negou essa possibilidade, em decisão individual, e disse que essa prerrogativa não vale para autoridades que, como Bolsonaro, sejam ouvidas como investigadas nos inquéritos.

Na última semana, Celso de Mello retirou o pedido da AGU do plenário virtual, onde começaria a ser julgado na última sexta (2), e abriu prazo para que a defesa do ex-ministro Sergio Moro apresentasse manifestação sobre o recurso do governo.

Os advogados de Moro apresentaram argumentos nesta segunda (5) e, com isso, o tema foi liberado por Celso de Mello para ir a julgamento. O relator também autorizou que a Polícia Federal prorrogue as investigações por mais 30 dias.

Moro também prestou depoimento no inquérito como investigado. A apuração foi aberta depois que o ex-ministro, ao deixar o governo, acusou Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na autonomia da Polícia Federal, solicitando relatórios de inteligência e pedindo trocas no comando da corporação.

Histórico

Ao antecipar o retorno de uma licença médica, no último dia 25, Celso de Mello anunciou que anteciparia a própria aposentadoria para 13 de outubro – duas semanas antes de completar os 75 anos, idade limite para a aposentadoria compulsória.

Na última quinta-feira (1º), o presidente Jair Bolsonaro anunciou o indicado para suceder Celso de Mello na Corte: o desembargador do TRF-1 Kassio Nunes Marques. Ele ainda será sabatinado pelo Senado Federal, que precisa aprovar a indicação por maioria absoluta em plenário.

Em meio à licença médica, o decano do STF decidiu que o presidente deveria ser ouvido pelos policiais de forma presencial. Ou seja, sendo investigado, Bolsonaro não teria a prerrogativa de prestar esclarecimentos por escrito – como prevê o Código de Processo Penal para autoridades ouvidas como testemunhas.

A Advocacia-Geral da União então recorreu, para tentar garantir que o presidente tenha a prerrogativa de apresentar seus esclarecimentos por escrito. Com o relator de licença, o caso foi para as mãos do ministro Marco Aurélio Mello, que enviou o caso ao plenário virtual.

O julgamento aconteceria entre os dias 2 e 9 de outubro, pelo site do STF. Ao contrário das sessões remotas, realizadas desde o início da pandemia, esse sistema não permite debates: os ministros apenas depositam os votos por escrito no sistema eletrônico.

Marco Aurélio Mello também já tinha antecipado posicionamento a favor de que o presidente Jair Bolsonaro prestasse depoimento por escrito.

Desde o retorno da licença, no entanto, Celso de Mello reassumiu a relatoria do caso, retirou o tema do plenário virtual e pediu que o recurso fosse levado ao plenário convencional.

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