quinta-feira, abril 18Notícias Importantes
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Quer Ser Como Jesus? Seja Manso.

Jonathan Edwards escreveu que “um espírito e temperamento de cordeiro, de pomba” é “a verdadeira e característica disposição dos corações dos cristãos”. E ele tem algo a nos ensinar.

Poucas pessoas identificariam a mansidão como um tema importante em Edwards (rótulos mais comuns são Jonathan Edwards: O Puritano Flamejante), e muitos hoje não identificam a mansidão como uma grande necessidade na igreja. No entanto, a mansidão talvez seja a virtude mais negligenciada entre os cristãos de hoje.

Edwards escreveu em seu diário: “Uma virtude, que necessito em maior grau, para dar beleza e brilho ao meu comportamento, é a mansidão, Se tivesse um ar mais manso, estaria bem mais restaurado.”

Verdadeiro para ele naquele momento. Verdadeiro para nós agora.

A Mansidão É Máscula?

No entanto, alguns homens cristãos resistem à mansidão porque a associam a serem efeminados. Ser forte e ser manso pode parecer mutuamente exclusivo. Ao imaginarmos o que significa ser homem e ser um líder no lar e na igreja, para muitos de nós a mansidão não é um elemento determinante desta imagem.

O caminho a seguir não é de escolher entre ser manso e ser másculo, mas em definir corretamente a masculinidade de acordo com Jesus Cristo. Afinal, se alguma vez já houve um homem, um verdadeiro homem, ele o é. Embora pudesse expulsar os cambistas do templo, ele também se deleitou em abraçar as criancinhas que seus discípulos tentaram mandar embora (Mt 19.13-15). Ele tratava os que estavam fora com mansidão. Chorou pela morte de um amigo (João 11.35). Acolhia relacionamentos de afeto físico saudável e viril com seus queridos discípulos. O apóstolo João, por exemplo, estava (para traduzir o texto literalmente) “reclinado…. no seio de Jesus” (João 13.23—a mesma relação que existe entre Jesus e o Pai conforme relatado anteriormente em João 1.18).

A demonstração suprema da masculinidade de Jesus, no entanto, está em seu sacrifício ofertando sua vida em benefício de sua noiva, a igreja. Quando o apóstolo Paulo define o que significa ser marido, ele fala simultaneamente da liderança do marido e também do sacrifício do marido, semelhante a Cristo, que oferece sua vida em benefício de sua esposa (Ef 5.25-33). Tal sacrifício não é efeminado: é a demonstração suprema da masculinidade.

Qualquer homem imaturo pode ser um “líder” forte, desatento e desamoroso. Somente um verdadeiro homem pode ser manso.

Majestoso e Manso

Homens que anseiam ser o tipo de líderes que Deus os conclama a ser, necessitam ver que a glória de Cristo, em cuja imagem estão sendo formados, une uma majestade incrível com uma meiga mansidão.

No sermão pregado no funeral de David Brainerd, Edwards falou sobre o que os santos no céu olharão quando virem Cristo:

A natureza desta glória de Cristo que eles verão, será tal que os atrairá e encorajará, pois não só verão majestade infinita e grandeza, mas infinita graça, condescendência, suavidade, e mansidão e doçura, iguais à Sua majestade … de tal forma que a visão da grande e real majestade de Cristo não será terror para eles; mas servirá apenas para aumentar ainda mais seu prazer e surpresa.

A verdadeira masculinidade, para Jonathan Edwards, não é um exterior rígido e duro com um interior macio e sem estrutura, mas exatamente o oposto—um interior de aço sólido mediado por um exterior que emana a beleza da mansidão. A masculinidade não é machismo. Masculinidade não é fazer pose para esconder alguma inadequação ou andar de peito inflado. Por outro lado, a mansidão não é covardia. Tanto a masculinidade sem mansidão quanto a mansidão não máscula devem ser evitadas.

O que buscamos é uma vida tanto corajosa quanto contrita, tanto resistente quanto meiga, tanto máscula quanto mansa. Somente no poder do Espírito Santo podemos ser tudo isto ao mesmo tempo (22).

Andai de Modo Digno

O ponto de inflexão de Esios torna clara a insistência de Edwards sobre a importância da mansidão na vida cristã. Depois de recordar aos seus leitores o que Deus fez em Cristo, Paulo diz-lhes o que isto significa para a sua conduta pessoal: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda _________” (Ef 4.1-2)

Como seria de esperar que Paulo terminasse esta frase? Poderíamos esperar algo como “com todo sacrifício”, “com todo o zelo”, “com toda a ousadia”, “com toda a coragem”.

Paulo diz, “com toda humildade e mansidão.”

Este é o destino para o qual os três primeiros capítulos de Esios nos levam. Jonathan Edwards entendia este ponto. O elevado discurso teológico de Esios 1-3 se concentra, acima de tudo, em um aroma de mansidão exalado pelos cristãos comuns em suas vidas comuns. No entanto, tal aroma não é ordinário. É extraordinário, sobrenatural. É para onde o Espírito nos leva.

Nota dos editores:
Este é um trecho adaptado de Jonathan Edwards e a Vida Cristã: Viver para a Beleza de Deus (Cultura Cristã, 2018).

Traduzido por: Vittor Rocha

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