sexta-feira, março 29Notícias Importantes
Shadow

Nova mutação na variante britânica do coronavírus gera temor de uma maior resistência às vacinas

As autoridades sanitárias do Reino Unido detectaram a aparição de uma das mutações mais inquietantes do coronavírus —denominada E484K (ou Erik) e associada a uma maior facilidade para escapar das defesas humanas— na variante britânica do vírus, que já preocupava por ser aparentemente até 50% mais contagiosa. A agência de saúde pública inglesa, por enquanto, só observou esta nova combinação em 11 amostras colhidas de doentes de Covid-19, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira. As informações são do EL PAÍS.

A chamada variante britânica apareceu em setembro e rapidamente se tornou dominante no Reino Unido. Já foi detectada em 73 países, e as autoridades norte-americanas advertiram que tem o potencial de piorar a pandemia. Os cientistas falam de variantes do vírus quando ele acumula uma série de mutações características. A variante britânica apresenta 23 alterações, incluída a mutação N501Y, apelidada de Nelly por alguns geneticistas e vinculada a uma maior capacidade de infecção. Diferentes relatórios científicos no Reino Unido advertiram nas últimas semanas que a variante britânica também poderia estar associada a um maior risco de morte, embora os dados ainda não sejam concludentes. A mutação E484K se somaria agora às outras 23 identificadas previamente. “É preocupante porque, a uma variante mais transmissível —e que agora parece que poderia estar associada a uma maior gravidade da doença—, devemos somar uma mutação que sabidamente compromete a reação com anticorpos”, opina o biólogo espanhol Iñaki Comas, codiretor do consórcio que monitora os genomas do coronavírus na Espanha.

O microbiólogo Ravi Gupta, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), criou em seu laboratório pseudovírus com as mutações características da variante britânica, mais a E484K. Seus resultados preliminares, anunciados em suas redes sociais, sugerem que a mutação Erik aumenta a resistência do vírus aos anticorpos do plasma sanguíneo doado por pessoas que já receberam a vacina da Pfizer. O biólogo Iñaki Comas recorda que as defesas humanas não consistem apenas nos anticorpos. Outro componente essencial da reação imunológica são os linfócitos T, glóbulos brancos capazes de destruir as células infectadas pelo coronavírus. Uma maior resistência aos anticorpos não implica necessariamente que o vírus escape ao exército defensivo do corpo humano.

O grande temor agora é que a nova variante britânica com a adição do Erik seja ainda mais transmissível, mais nociva e mais resistente às vacinas. A combinação das mutações Erik e Nelly já foi identificada antes em outras duas variantes preocupantes, observadas pela primeira vez na África do Sul e em Manaus.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?