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Ministro Fabio Faria: ‘Disputa em 2022 será entre Bolsonaro e a esquerda’

Fabio Faria - ministro comunicações

Ministro: privatização dos Correios deve sair no ano que vem I Foto: MATEUS BONOMI/AGIF

Apontado como um dos ministros do governo Jair Bolsonaro com melhor interlocução com o Congresso Nacional, Fabio Faria (Comunicações) avalia que o resultado das urnas neste ano não produzirá reflexos nas eleições presidenciais. Reafirma o nome do deputado Arthur Lira (PP-AL) como o favorito do Palácio do Planalto para comandar a agenda da Câmara e também fala sobre privatizações aguardadas, como a dos Correios.

Acompanhe os principais trechos da entrevista a Oeste.

Qual a avaliação do senhor sobre o saldo das eleições municipais deste ano? O “centrão”foi o vencedor? A esquerda saiu derrotada?
Qualquer tipo de avaliação pode ser precipitada porque foi uma eleição diferente, no meio da pandemia, e as pessoas estavam com a cabeça em outro lugar e não na política. Tivemos a exclusão do partido do presidente, porque ele não teve partido na eleição. Quem votou no presidente em 2018, votou contra a esquerda neste ano. Ele não deixou que nenhum ministro participasse da eleição, nenhum grupo político estivesse na linha de frente, não foi a nenhuma cidade, somente gravou algumas lives pontuais. O governo se manteve distante do pleito. Sem o presidente entrar com mais força nas disputas, os partidos conseguiram amealhar resultados importantes, que contaram com o voto antiesquerda e o voto da própria base do presidente. O PT não teve bom desempenho, mas o Psol teve. Continuo achando que a batalha de 2022 será entre Jair Bolsonaro e a esquerda e que esses partidos de centro vão apoiar o presidente.

A conclusão do senhor, portanto, é que não há uma conexão entre a eleição deste ano e a tentativa de reeleição do presidente em 2022.
Não acredito que tenha reflexo, até porque em 2016 o presidente não fez nenhum prefeito e ganhou com 57 milhões de votos em 2018. São pleitos diferentes, a paixão nacional predomina na corrida presidencial, mas na eleição municipal o que define é a política local.

O deputado Arthur Lira (PP-AL) é o favorito para presidir a Câmara? Caso a candidatura não vingue, o senhor cogitaria retomar o mandato para disputar como nome do governo?
Arthur Lira é um nome muito bem colocado, com apoios importantes de partidos. Ele tem alinhamento com a pauta que o presidente defende, liberal e conservadora, algo que o não foi possível pautar nos últimos dois anos, mas que agora pode avançar. Sobre o meu papel, hoje o principal desafio é fazer o presidente Jair Bolsonaro ser reeleito em 2022. Penso que consigo contribuir para isso na atual posição.

Qual a agenda prioritária do governo no Congresso no ano que vem?
As reformas que não foram aprovadas, com base na retomada da economia, além da pauta conservadora que o presidente prometeu na campanha, mas que é difícil de ser votada porque necessita de uma base maior. Mas essas pautas devem ser pautas porque é da democracia, como por exemplo o PT pautou quando esteve no poder, vide os sem-terra e os sindicatos. Da mesma forma o presidente tem o direito de pautar.

O senhor confia na privatização dos Correios, que estão no guarda-chuva da sua pasta?
Estou otimista em relação a esse tema, trabalho com isso para o final de 2021.

Quais outras privatizações podem ser esperadas?
No governo, há várias possibilidades, como Eletrobras, que precisa pautar, e o Porto de Santos. Temos de colocá-los na linha de frente, além da Telebrás aqui no meu ministério. A agenda é grande, mas é importante frisar que é preciso apoio do Congresso Nacional.

O senhor tem um plano para a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC)?
Pretendemos diminuí-la, enxugá-la, torná-la menor e mais funcional. Essa grande estrutura, no meio ponto de vista, não é mais necessária.

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