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Grandes mentiras sobre o agronegócio

Um misto de preconceito, desinformação e má vontade. É esse coquetel que deforma o agronegócio aos olhos de boa parte dos brasileiros. Para combater essas lendas urbanas — ou lendas rurais —, surgem novas publicações, sites e associações que procuram mostrar o rosto real de um setor que todos os anos brinda o país com números crescentemente animadores. É esse o tema do livro Agricultura: Fatos e Mitos Fundamentos para um Debate Racional sobre o Agro Brasileiro, escrito pelos engenheiros-agrônomos Xico Graziano, professor da FGV, Décio Luiz Gazzoni, pesquisador da Embrapa, e Maria Thereza Pedroso, também pesquisadora da Embrapa e ex-assessora técnica da liderança do PT na Câmara dos Deputados.

“Existe uma elite da elite que não precisa se preocupar com dinheiro e não se importa com questões humanitárias”, observou Graziano. “Um pessoal que curte o retrógrado, que acha bacana produzir o próprio alimento, como se isso fosse viável para a maioria da população. Avançamos tanto que eles querem viver na Idade Média.”

Agricultura familiar X agronegócio

Entre esses mitos está a dissociação entre agricultura familiar e agronegócio. “No mundo todo, denomina-se por agricultura familiar, ou qualquer outro negócio familiar, aquele que é gerenciado pelos donos do empreendimento”, disse Xico Graziano. “Nos EUA, anota-se que 98,7% da agricultura é familiar, quer dizer, a propriedade é administrada pela família”. Para os norte-americanos, como no resto do mundo, pouco importa o tamanho da fazenda.

“O agronegócio é composto por pequenos, médios e grandes proprietários de terra, indústrias de insumo e de maquinários, transportadores, agroindústrias e tudo o mais que se relaciona com o agro, incluindo a exportação e a importação”, afirmou Graziano. “Somente não participam do agronegócio aqueles pequenos agricultores que vivem apenas para a subsistência”.

No Brasil, ao contrário, a lei 1.326 de 2006 definiu que, para ser classificado como familiar, o agricultor precisava atender, simultaneamente, quatro requisitos básicos. O principal deles, não deter área maior do que 4 módulos fiscais — metragem que varia para cada município brasileiro. No Estado de São Paulo, por exemplo, ela se situa entre 10 e 20 hectares. “Se, no passado, era o tamanho da propriedade que definia o sucesso do empreendimento rural, hoje em dia quem manda é a tecnologia”, observou Graziano.

Além disso, ao estabelecer que o agricultor familiar não pode ter mais que 4 módulos fiscais de terra, a legislação brasileira criou o que Graziano chama de “um problema único”. “Mesmo que comandem sozinhos sua fazenda, se ultrapassarem aquele tamanho, não podem se caracterizar como “familiares”, mesmo que atendam os demais requisitos”.

O radicalismo político dos último ano, escreveu Graziano, também colocou o agronegócio como se fosse um personagem “do mal”, contraposto à agricultura familiar, que seria “do bem”. Tais narrativas criaram o mito da superioridade da agricultura familiar sobre a empresarial”. Afirmou. “Nada mais fantasioso”.

Assim como em todos os setores, existem diversas questões que precisam ser superadas. Apesar disso, os números positivos mostram que seus benefícios ultrapassam dezenas de vezes qualquer um de seus problemas. Confira outras 5 grandes mentiras sobre o agronegócio na reportagem publicada na mais recente edição da Revista Oeste.

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