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Felipe Neto diz que vai apoiar qualquer coisa contra Bolsonaro 2020: ‘Doria ou Tiririca’

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 Indiciado pela Polícia Civil do Rio por supostamente divulgar material impróprio para menores, o youtuber Felipe Neto afirmou que, em 2022, pretende ir “para a luta como nunca antes na vida”. O objetivo, disse, é impedir uma reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Para ele, o “Brasil precisa derrotar o bolsonarismo como os Estados Unidos derrotaram o trumpismo”, após a vitória do democrata Joe Biden.

O youtuber atribuiu seu indiciamento por corrupção de menores a “pressões” que, segundo ele, passou a sofrer após se declarar como opositor do governo federal. “Vou apoiar qualquer coisa que chegue ao segundo turno contra o Bolsonaro”, declarou Neto ao Estadão. “Seja (Luciano) Huck, (Fernando) Haddad, Lula, Marina (Silva), Ciro (Gomes), (João) Doria ou Tiririca.”

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Aos 32 anos, Neto tem 40 milhões de assinantes em seu canal no YouTube e 11 milhões de seguidores no Twitter. Fez um editorial e um vídeo para o New York Times no qual critica Bolsonaro e entrou na lista da revista Time como uma das personalidades do ano (juntamente com o presidente brasileiro) em 2020.

O sr. é considerado a principal voz da oposição ao presidente Jair Bolsonaro no mundo digital. Por isso, tem sido alvo de ataques de grupos bolsonaristas. Acha que seu indiciamento é parte desse processo de pressão?

Sem sombra de dúvidas. Todo jurista que analisou tecnicamente o indiciamento ficou em estado de choque. Juízes, advogados criminais, procuradores. É só qualquer um procurar pela internet para ver a reação. Eu fui acusado de “corromper menores” por um delegado que não mostrou qualquer menor corrompido como prova de sua investigação. O caso do indiciamento é uma tentativa nefasta de silenciamento por parte de fundamentalistas da extrema-direita. Eles só querem que as pessoas espalhem que fui indiciado, mesmo sabendo que não dará em nada na Justiça.

O Ministério Público do Rio devolveu o procedimento, com o indiciamento, à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática para “diligências”.

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Recebi essa informação com enorme satisfação, pois o promotor não aderiu à precipitação do delegado, ao contrário, determinou que fizesse as investigações que não fez, e inclusive, em sua manifestação, chamou a atenção para o fato de que ainda irá apurar para analisar se há crime ou não. Estou absolutamente tranquilo e confiante que o Ministério Publico vá compreender que esse indiciamento é um absurdo.

O senhor se arrepende de ter se tornado uma voz de oposição ao governo?

Não, apenas não queria ter ficado tão isolado. Realmente acreditei que, em algum momento, outros comunicadores com o meu tamanho de influência, ou maiores que eu, fossem se engajar na mesma intensidade. Isso não aconteceu.

Teme ser vítima de algum tipo de violência?

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Tenho um forte sistema de segurança implementado para mim e minha família.

Como avalia as fake news a seu respeito?

Todas as pautas de pseudomoralidade são cortinas de fumaça. A extrema direita está sempre levantando teorias da conspiração e elegendo inimigos que vão contra a “moral e os bons costumes”. Sem isso, eles não conseguem formar base. Na época da Hillary (Clinton, candidata democrata à Casa Branca, derrotada por Donald Trump em 2016), do que a acusaram? Pedofilia. Nas eleições do (Joe) Biden (presidente eleito dos EUA), do que o acusaram? Pedofilia. Do que me acusaram? Pedofilia. Do que acusaram (Fernando) Haddad (candidato do PT à Presidência em 2018, derrotado por Jair Bolsonaro)? Pedofilia. O que o QAnon denuncia? Pedofilia. É sempre a mesma ladainha, as mesmas teorias conspiratórias contra os opositores, transformando-nos em demônios para pessoas influenciáveis. Nas palavras do guru dessa extrema direita doentia, Olavo de Carvalho: “Não puxem discussão de ideias. Investiguem alguma sacanagem do sujeito e destrua-o. Nós não discutimos para provar que o adversário está errado. Discutimos para destruí-lo socialmente, psicologicamente, economicamente”.

Uma articulação está sendo costurada pelo apresentador Luciano Huck, o ex-ministro Sérgio Moro, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o governador João Doria, entre outros, como um caminho para derrotar Jair Bolsonaro em 2022. Apoiaria esse movimento?

Não. Porém, vou apoiar qualquer coisa que chegue ao segundo turno contra Bolsonaro. Seja Huck, Haddad, Lula, Marina, Ciro, Doria, Tiririca.

A esquerda é sempre acusada de não se unir. Foi apontada, inclusive, de ser a responsável pela ascensão do bolsonarismo. Concorda com essa análise?

Temos que colocar o PT e o PDT em um cercadinho e falar: “Vocês só saem daí quando acordarem para a realidade”. A desunião da esquerda não foi a grande causa da ascensão do bolsonarismo, mas sem dúvida contribuiu significativamente. Basta olharmos o que aconteceu no Rio de Janeiro (nas eleições municipais) para entendermos o quanto a situação está problemática. PT, PDT e PSOL lançaram candidaturas próprias. Conclusão? (O atual prefeito Marcelo) Crivella foi para o segundo turno com 21% dos votos (contra Eduardo Paes, que teve 37%) e ninguém chegou nem a ameaçar o pastor bolsonarista.

Por que resolveu se envolver na campanha de São Paulo? Não acha que a atitude de não querer falar com Bruno Covas ajuda a agravar a polarização que critica no caso do Rio?

Bruno Covas fez parte de todo o movimento BolsoDoria. Bruno Covas tirou selfie com um sorriso de orelha a orelha ao lado do Bolsonaro. Bruno Covas tem como vice um sujeito que compõe a bancada religiosa, que luta contra os direitos de pessoas LGBTQI+, que foi acusado de violência doméstica e é investigado como possível envolvido na máfia das creches. Bruno Covas debochou de professores enquanto eram agredidos pela polícia, mandando beijinho. O novo discurso “paz e amor” do Bruno Covas pode enganar alguns, mas eu não dialogo com esse tipo de político.

Como avalia os resultados das eleições municipais?

Foi uma derrota contundente do bolsonarismo, já admitida inclusive por integrantes do governo. O golpe foi duro. Carlos Bolsonaro (filho Zero  Dois do presidente) perdeu mais de 30 mil votos no Rio de Janeiro, que teve Tarcísio Motta, do PSOL, como vereador mais votado do município. Dos sete candidatos à prefeitura que Bolsonaro apoiou publicamente, pedindo votos, cinco perderam no primeiro turno, com apenas dois indo ao segundo turno, com grandes chances de perderem. As eleições municipais serviram como termômetro da insatisfação do povo brasileiro com essa extrema direita doentia e autoritária. E com certeza isso acendeu todos os alertas no Palácio do Planalto.

Qual será o seu papel e o impacto da sua posição política nas eleições presidenciais de 2022?

Não consigo dimensionar, mas eu vou para a luta como nunca antes na minha vida. O Brasil precisa derrotar o bolsonarismo como os Estados Unidos derrotaram o trumpismo.

Na sua opinião, qual será o impacto do governo de Joe Biden no governo de Jair Bolsonaro?

A credibilidade internacional do Bolsonaro é zero. Ele é visto como um bobalhão que nunca sabe o que está falando. Somente um sujeito com Q.I. de batata faria uma ameaça brasileira de pólvora aos EUA, tanto que não obteve sequer uma resposta. A questão agora é como o Biden vai lidar com esse presidente bobalhão que comanda o País que controla a Amazônia. Não tenho conhecimento suficiente para fazer essa previsão.

Com Agência Estado

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