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Está Tudo Bem Em Ser Um Pastor

Você não precisa ouvir isto de mim, mas talvez eu precise ouvir isto de mim mesmo: pastor, você tem permissão para ser um pastor.

Vejamos: você entrou no ministério porque ama as pessoas, ama a igreja, e ama a Palavra de Deus. Suas semanas são ocupadas—mesmo durante uma pandemia—liderando reuniões, preparando agendas, respondendo emails, orando, aconselhando, lendo um livro com a sua equipe, encontrando-se com um estudante para um café, apagando incêndios de relacionamentos e institucionais, e, ah sim, tentando achar um tempo para escrever o sermão.

E agora, com tudo que está acontecendo no país, há que se pensar nos protocolos sanitários da COVID, navegar as tensões raciais, e ajudar a guiar a congregação durante mais uma eleição contenciosa.

Você está cansado.

Não cansado de Jesus, do evangelho ou de estar com as pessoas nos momentos de suas dores e alegria. Você não está cansado de ser um pastor. Você está cansado de não ser um pastor.

Você não entrou para o ministério para se tornar um expert em epidemiologia ou em indicações para o Supremo Tribunal Federal.

Você não está totalmente certo de que as máscaras estão salvando vidas, ou se são o primeiro passo de opressão por parte do governo.

Você não sabe como consertar a polícia no país, ou se ela precisa mesmo de conserto, para começo de conversa.

Você não está procurando se inscrever no Black Lives Matter nem na campanha de reeleição de Donald Trump.

Você não tem uma opinião sobre tudo, ou pelo menos, uma que precise ser compartilhada com todo mundo.

Mas, de alguma forma, você está se perguntando se não é um vacilão por anuir ao distanciamento social e às máscaras, ou se está insuficientemente ligado na justiça social por não ter certeza que a nação é um pesadelo racista.

Você gostaria de pensar que ler livros antigos, comentários, estudar grego e hebraico ainda são as coisas mais importantes que pode ler a cada semana. Mas não parece que é assim. Parece que estar a par das notícias é mais importante que estar no topo do monte com Deus.

Você gostaria de pensar, mesmo em meio à COVID, que os caminhos antigos ainda são os corretos, e que os meios ordinários de graça ainda são os meios corretos de graça. Mas não é o que você está escutando. Os experts estão dizendo que não poderemos voltar à maneira que o ministério era antes. Quando a pandemia passar, teremos que começar de novo e repensar tudo.

O que um pastor deve fazer?

Se alguns pastores têm tempo e são chamados a falarem sobre as questões culturais urgentes de nossos dias com graça corajosa e verdade cativante, que o façam. Nós nos ergueremos e os chamaremos de abençoados. Mas para a maior parte dos pastores não faltam coisas a fazer. Não negligencie o que a Bíblia diz a respeito de bons pastores: eles alimentam, guiam, protegem e preservam.

É uma tentação pensar que nada o preparou para isto. Talvez não. Mas não perca de vista aquilo que você foi capacitado a fazer. Não pense que pregar todo o desígnio de Deus não é protico. Não pense que cuidar dos “pequeninos irmãos” de sua congregação não é fazer justiça. Não pense que ser fiel em meio à bagunça mundana em sua igreja e família não é discipulado cristão real. Mantenha sua mão no arado. Continue orando. Continue pregando. Continue amando pessoas.

Dizem que tudo está mudando. Verdade, tudo sempre muda. E ao mesmo tempo, nada mudou. Deus ainda é Deus. O pecado ainda é o problema. A cruz ainda é a solução. Jesus ainda tem poder para salvar.

Cabeça baixa, queixo elevado, e um pé na frente do outro. O mundo está danificado, mas isto não é novidade. A Palavra ainda necessita ser proclamada, as trevas ainda necessitam da luz, e as ovelhas ainda necessitam de pastor.

Não desista, pastor. Você tem permissão para ser o pastor que sempre quis ser.

Traduzido por João Pedro Cavani

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