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Crise econômica pode forçar pessoas a sair da Síria

Crise econômica pode forçar pessoas a sair da Síria

Pelo menos um milhão de sírios estão com necessidade imediata de alimento, escolhendo entre a fome ou a imigração, alertou um oficial da Organização das Nações Unidas (ONU). “Nós temos pessoas à beira da fome agora e elas não podem esperar. Pessoas morrerão e outras estão morrendo enquanto falamos”, disse David Beasley, chefe do Programa Alimentar Mundial da ONU, durante uma conferência em Bruxelas.

Ele chamou o desdobramento dos eventos na Síria de “sem precedentes”. “É pior do que se todas as tempestades viessem juntas”, ele disse. Alertou ainda que se nada for feito, o mundo pode ver outro êxodo em massa dos sírios, como em 2015. “Sem dinheiro, aqui está o resultado final: ou teremos outra imigração em massa ou fome e exploração por parte dos grupos extremistas”, ele disse.

Fontes locais disseram à Portas Abertas que as consequências da crise econômica podem incluir um aumento do trabalho infantil, mendicância, crime, desintegração de família e exploração das mulheres.

A guerra já deslocou metade da população síria, cerca de 13,2 milhões de pessoas. Enquanto quase metade delas (6,6 milhões) busca refúgio em outras partes do mundo, a outra metade fica. A Portas Abertas, por meio de parceiros locais, tem auxiliado famílias na Síria com a distribuição de itens básicos de comida, mas as novas sanções impostas pelos Estados Unidos no começo de julho tornaram isso muito mais difícil.

Em poucas semanas, o custo dos alimentos e outras necessidades quase dobrou. Aqueles que compravam 1kg de frango há um mês pagavam cerca de 5,84 dólares. Hoje, custa 8,76 dólares. Enquanto a média salarial de um funcionário público é pouco menos de 100 dólares por mês, a maioria das pessoas que trabalham por dia ganham ainda menos.

A inflação afetou a ajuda que as igrejas oferecem, disse Barkev Abajian, um dos gerentes do Centro de Esperança Bom Pastor, da Alliance Church, no nordeste da cidade de Alepo. “Nós colocamos menos itens nos pacotes de comida que antes. Eu sei que as pessoas continuam precisando dos itens que não enviamos mais, porque não podem comprá-los. A maioria das pessoas está desempregada ou até trabalham, mas sua renda é tão pouca que não podem cobrir todas as necessidades”, disse.

A equipe se sente impotente frente às necessidades. “Nós gostaríamos de ajudar todos os que estão em necessidade, mas não podemos fazer isso, por termos recursos limitados. O aumento anormal dos preços não permite nem mesmo continuar com o mesmo nível de ajuda que estávamos acostumados”, disse Abajian.

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