A China se recusou a fornecer dados completos à equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) que foi ao país investigar as origens da pandemia, segundo entrevista concedida por um dos integrantes da missão.
O microbiologista Dominic Dwyer disse à agência Reuters e a outros veículos que a equipe da organização pediu dados brutos sobre os primeiros casos de covid-19, o que ele chamou de “uma prática padrão”. Em resposta, só receberam um resumo dos casos.
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“Por que isso não aconteceu, não posso comentar. Se é [questão] política, de tempo ou se é difícil… Mas se há outros motivos para esse dado não estar disponível, não sei. Só se pode especular”, disse o cientista.
Dwyer declarou que a restrição ao acesso aos dados será mencionada no relatório final da OMS, que deve ser divulgado na semana que vem.
Thea Kolsen Fischer, imunologista dinamarquesa que também era parte da equipe da OMS, afirmou ao The New York Times que viu a investigação como sendo “altamente geopolítica”.
A China não respondeu à acusação, mas o governo do país tem dito que tem sido transparente com a OMS. Na semana passada, a equipe da OMS apresentou os resultados de sua missão ao país asiático. A equipe não conseguiu precisar a origem do novo coronavírus, mas afirmou ser extremamente improvável que o vírus tenha saído de um laboratório da cidade de Wuhan.
Os investigadores disseram ao New York Times que as desavenças com os chineses, incluindo a restrição a registros médicos dos pacientes, foram tão tensas que algumas vezes culminaram em gritaria.
Com informações da BBC Brasil