sábado, abril 20Notícias Importantes
Shadow

BRIGA: PROCURADOR IRMÃO DO GOVERNADOR DO MARANHÃO ATACA ARAS E LEVA “ESCULACHO” EM REUNIÃO DO CNMP “Não aceitarei ato político em uma sessão de orçamento”

O subprocurador da República, Nicolao Dino, atacou com palavras o procurador-geral, Augusto Aras, nesta sexta-feira (31). Nicolao, que é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou Aras pelas críticas recentes feitas pelo procurador aos meios utilizados na operação Lava-Jato.

“Vossa Excelência, com o peso da autoridade do cargo que exerce, e evocando o pretexto de corrigir rumos ante os supostos desvios das forças-tarefas, fez graves afirmações em relação ao funcionamento do Ministério Público Federal em debate com advogados”, apontou Dino.

A discussão aconteceu em reunião do Conselho Superior do Ministério Público, que tem como objetivo debater o orçamento para o órgão em 2021.

Descontente com o ataque sofrido pelo subprocurador, Augusto Aras tentou relembrar o real motivo pela conferência.

“Conselheiro Nicolao Dino, essa sessão é para o orçamento. Solicito a vossa excelência que reserve suas manifestações pessoais e de seus colegas, meus colegas, para após a sessão”, disse.

Dino replicou: “O regimento interno me faculta o uso da palavra. Não faz sentido que se cerceie o uso da palavra por parte de um membro desse conselho. Isso nunca aconteceu nesse colegiado.”

Ainda mantendo o posicionamento sobre não ser o momento ideal para a discussão, o procurador-geral falou que daria a Nicolao a palavra após a votação do Orçamento. Também afirmou que ia “replicar os pretextos”, “com a documentação que disponho em mãos”. Mas Dino insistiu: “O regimento interno me assegura a palavra no início da sessão.”

O bate-boca seguiu, até que Aras alegou que Dino estava se manifestando politicamente em ocasião inadequada.

“Não aceitarei ato político em uma sessão de orçamento. Depois do orçamento teremos a manifestação da sessão ordinária e vossa excelência poderá falar à vontade”, disse.

Aras tem se posicionado fortemente contra as formas que os procuradores combatiam a corrupção. De acordo com o procurador-geral, “meios ilícitos” eram utilizados para esta finalidade.

Uma das principais críticas de Augusto Aras é que a força-tarefa da Lava Jato no Paraná tem 300 terabytes em informações, além de 38 mil pessoas investigadas e sem critérios. Ele acredita que as pessoas estão sendo “bisbilhotadas”.

“Em todo o MPF no seu sistema único tem 40 terabytes (de dados). Para o funcionamento do seu sistema, a força-tarefa de Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados, que ninguém sabe como foram escolhidos”, afirmou.

Após se empenhar em procurar e combater falhas na Lava-Jato, Aras virou alvo recente de outros procuradores e subprocuradores apoiadores da força-tarefa.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?