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Bolsonaro reclama de críticas ‘injustas’ em reunião com presidentes da Amazônia – Jornal O Globo

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, durante reunião com presidentes de outros países que compartilham a Amazônia, que o grupo de nações é criticado “de forma injusta” pela preservação da floresta e que é uma “mentira” dizer que “Amazônia arde em fogo”. Bolsonaro apontou o interesse econômico como razão dessas críticas internacionais.

— Nós bem sabemos da importância dessa região para todos nós, bem como os interesses de muitos países outros nessa região. Também sabemos o quanto somos criticados de forma injusta por parte de outros países do mundo. Nós, com perseverança, com determinação e com verdade, devemos resistir — disse Bolsonaro.

Inpe:Desmatamento na Amazônia cresce 34% no período de um ano

Está sendo realizada nesta terça-feira a II Cúpula Presidencial pela Amazônia. O primeiro encontro foi realizado em setembro do ano passado, em Letícia, na Colômbia. Participaram da videoconferência desta terça os presidentes Ivan Duque (Colômbia), Martín Vizcarra (Peru), Lenin Moreno (Equador) e Jeanine Ãnez (Bolívia), além de representantes da Guiana e do Suriname.

Bolsonaro comemorou a redução de 28% do desmatamento na região em julho, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, no entanto, houve um crescimento de 34%.

— Julho desse ano, levando em conta julho do ano passado, nós registramos uma diminuição de 28% no desmatamento ou queimadas a região. Mesmo assim, ainda continuamos sendo criticados. Afinal de contas, o Brasil é uma potência no agronegócio. Ameaças existem sobre nós o tempo todo. E, lamentavelmente, alguns poucos brasileiros trabalham contra nós nessa questão.

O presidente também disse que tem convidado embaixadores a sobrevoarem com ele a Amazônia e disse que, no trecho entre Manaus e Boa Vista, eles não encontrarão “nenhum foco de incêndio”.

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— Por exemplo, entre as regiões de Boa Vista e Manaus, aproximadamente 600 quilômetros, eles não encontrarão nenhum foco de incêndio, nenhum quarto de hectare desmatado, porque essa floresta é preservada por si só. Até mesmo pela sua pujança, bem como por ser floresta úmida, como em grande parte (da região) dos senhores, não pega fogo. Então essa história de que a Amazônia arde em fogo é uma mentira. E nós devemos combater isso com números verdadeiros. É o que estamos fazendo aqui no Brasil.

Bolsonaro ainda afirmou que será lançado, junto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), um fundo para promover a bioeconomia na região.

— Lançaremos em breve, com o BID, o Fundo para Bioeconomia e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia. Trata-se de mecanismo financeiro inovador, voltado para países da região e para os investidores dispostos a promover a bioeconomia com pleno respeito às nossas regras.

Mourão admite aumento, mas fala em desinformação

O vice-presidente Hamilton Mourão, que também é presidente do Conselho da Amazônia, também participou da cúpula. Antes da reunião dos presidentes, Mourão falou em um painel que contou também ministros de outros países e admitiu um aumento no desmatamento no primeiro ano do governo Bolsonaro, apesar de ressaltar que o crescimento vem desde 2012.

— Logo após sua criação, o Conselho se encontrou com a urgência de conter o aumento dos níveis de desmatamento e queimadas, que aumentam desde 2012 e se intensificaram no ano passado.

Ao mesmo, contudo, também criticou a “desinformação” e citou “interesses protecionistas” e atitudes”neocolonialistas”:

— Entretanto, se verificou também uma grande desinformação a respeito da realidade social e econômica da região. Pior ainda foi a postura de alguns que se aproveitaram da crise para avançar em interesses protecionistas e renovar atitudes neocolonialistas.

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