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Ataque deixa feridos perto da antiga redação do Charlie Hebdo, em Paris

As vítimas precisaram ser socorridas em estado de “urgência absoluta”, segundo o jornal “Le Monde”. A promotoria nacional antiterrorismo afirmou investiga o caso e um inquérito de tentativa de assassinato por motivação terrorista foi aberto.

Ainda não está claro qual foi exatamente o objeto cortante utilizado na ação. Há relatos de faca, machadinha ou facão.

A rua Nicolas-Appert, onde ficava a redação do Charlie Hebdo e onde ocorreu o ataque desta sexta, foi completamente bloqueada. A polícia informou que perímetro de segurança foi estabelecido no torno das antigas instalações do jornal por causa de um “pacote suspeito”, mas nenhum explosivo foi detectado.

As escolas infantis do 3º, 4º e 11º distritos estão com as portas fechadas até novo aviso, de acordo com a Prefeitura de Paris. Milhares de estudantes estão confinados.

Um grande efetivo policial foi mobilizado. Um suspeito, com as roupas sujas de sangue, foi detido perto da praça da Bastilha. A rádio Europa 1 mencionou, citando autoridades policiais, que o suspeito tem 18 anos e era conhecido dos serviços de segurança. O outro suspeito foi detido perto da estação do metrô Richard-Lenoir.

Primeiro-ministro francês, Jean Castex, visitou local de ataque com faca perto da antiga redação do jornal satírico Charlie Hebdo, nesta sexta-feira (25) — Foto: Thibault Camus/AP
Primeiro-ministro francês, Jean Castex, visitou local de ataque com faca perto da antiga redação do jornal satírico Charlie Hebdo, nesta sexta-feira (25) — Foto: Thibault Camus/AP

Vítimas

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, havia afirmado inicialmente que quatro pessoas tinham sido esfaqueadas. Esse número foi atualizado posteriormente.

As duas vítimas são funcionários que trabalham na produção de filmes da agência Premières Lignes. A informação foi confirmada ao jornal “Le Monde” pelo produtor e codiretor da agência, Luc Hermann. A identidade dos feridos, no entanto, não foi revelada.

A BMF TV afirmou que essa agência filmou o ataque dos irmãos Kouachi à redação do Charlie Hebdo em janeiro de 2015.

O ministro do Interior Gérald Darmanin e Jean Castex se encontraram para discutir as medidas a serem tomadas. O presidente Emmanuel Macron acompanha de perto a situação.

Charge do profeta

O grupo terrorista Al-Qaeda lançou recentemente novos apelos para atacar o jornal depois que ele voltou a publicar charges do profeta Maomé, o que é considerado ofensivo pelo islã. A redação, no entanto, trabalha em um local desconhecido por questões de segurança.

O ataque desta sexta acontece enquanto ocorre o julgamento dos considerados de 14 cúmplices dos ataques de janeiro de 2015 que deixaram 17 mortos – 11 deles na redação do jornal satírico. O júri começou em 2 de setembro.

Nesta semana, a polícia já tinha retirado o diretor de Recursos Humanos da Charlie Hebdo de sua casa após ameaças de morte.

Policiais franceses perto do local onde pessoas foram atacas com uma faca em Paris, em 25 de setembro de 2020 — Foto: Alain Jocard / AFP
Policiais franceses perto do local onde pessoas foram atacas com uma faca em Paris, em 25 de setembro de 2020 — Foto: Alain Jocard / AFP

Ataques em 2015

A redação do Charlie Hebdo foi invadida em 7 de janeiro de 2015 depois de ter publicado caricaturas do profeta Maomé. Os irmãos Said e Cherif Kouachi abriram fogo contra jornalistas e desenhistas que estavam em reunião. Onze pessoas foram mortas. Durante a fuga, os dois acusados atingiram um policial na rua.

No dia seguinte, Amédy Coulibay, um homem que era próximo dos irmaos Kouachi, matou uma outra policial em Montrouge, no subúrbio de Paris. Em seguida, ele invadiu um supermercado judeu em Vincennes, no leste da capital, onde mais quatro pessoas foram assassinadas.

Esses três terroristas foram mortos pelas forças de segurança. Os irmãos Kouachi foram atingidos em uma gráfica no subúrbio de Paris, onde tinham se escondido. Coulibaly morreu na mercearia judaica.

Bombeiros com vítima de ataque em Paris, em 25 de setembro de 2020 — Foto: Alain Jocard / AFP
Bombeiros com vítima de ataque em Paris, em 25 de setembro de 2020 — Foto: Alain Jocard / AFP

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